Plataforma une jornais feitos por alunos portugueses
Para os estudantes que têm afinidade com alguma das áreas da
comunicação (texto, fotografia, design ou boas histórias), ter a oportunidade
de criar notícias dentro da própria escola pode ser algo bem divertido e
engajador. Pensando nisso, a Direção-Geral
da Educação do Ministério da Educação e Ciência de Portugal
resolveu desenvolver o Jornais
Escolares, iniciativa que organiza, numa plataforma online e
gratuita, os jornais produzidos por escolas públicas do país e oferece recursos
que vão auxiliar no desenvolvimento de novas publicações.
Os jornais, que são produzidos por alunos de 6 a 18 anos (que
estão, no Brasil, em séries do ensino fundamental 1 até o médio), trabalham
temas como educação ambiental, do consumidor, financeira, sexual e
desenvolvimento sustentável. Cada jornal inserido na plataforma tem jeito de
jornal tradicional, impresso: títulos, textos divididos em colunas, fotos. Na
plataforma, os usuários podem encontrar essas publicações por meio da barra de
busca, digitando o nome do veículo ou o assunto da matéria, por categorias de
texto (artigos científicos, concursos, iniciativas, impresso ou digital) e até
por idade dos alunos que produziram.
Crédito doris_bredow / Fotolia.com |
Essa iniciativa de
agrupar as publicações, chamada Educação para os Media, é um dos eixos do
projeto Educação para a Cidadania, criada pelo próprio órgão do ministério
português. “A Educação para os Media pretende incentivar os alunos a utilizar e
decifrar os meios de comunicação, nomeadamente o acesso e utilização das
tecnologias de informação e comunicação, visando a adoção de comportamentos e
atitudes adequados a uma utilização crítica e segura da internet e das redes
sociais”, afirma Fernando Egídio Reis, diretor da Direção-Geral da Educação.
Para isso, o Jornais Escolares, além de permitir o acesso de
todas essas publicações via documentos online, oferece para alunos e
professores uma série de ferramentas e recursos necessários para a melhoria
dessas publicações. Na plataforma, o usuário pode encontrar desde programas
gratuitos para edição de texto e imagem, artigos da BBC sobre a importância da
criação desse tipo de publicação até guias sobre como veicular com segurança e
qualidade o conteúdo nas redes sociais. E o aprendizado não pára por aí.
Pelo fato de ser criado dentro da sala de aula, nada mais
natural do que agregar conteúdo do currículo da escola na produção das
notícias, como nos casos das disciplinas de língua portuguesa ou estrangeira,
usada para o aperfeiçoamento textual, educação visual, que envolve a escolha,
produção e tratamento da imagem e tecnologia de informação e comunicação, em
que os estudantes aprendem sobre o processamento da imagem e a criação de
páginas. Para Reis, quando o aluno colabora com a criação de um jornal, ele
trabalha seus conhecimentos e capacidades do mundo digital, da escrita, da
criatividade e do trabalho em equipe. “A participação num projeto deste tipo
pode contribuir para a ligação do aluno ao ambiente e à vida da escolar, para o
aumento dos seus níveis de motivação e, para a prevenção do abandono escolar”,
afirma.
Crédito Divulgação |
Mas com tanta coisa para
falar, as atividades precisavam mesmo extrapolar os muros das escolas. Os
Clubes de Jornalismo das escolas levam os alunos para as ruas para sentirem na
pele o trabalho da produção de notícias e é aqui que o envolvimento com a
comunidade fica ainda maior. Além de publicar conteúdos sobre os acontecimentos
locais, a própria comunidade contribui para o desenvolvimento dos jornais por
meio da publicidade, distribuição e até mesmo impressão em conjunto com as
outras publicações regionais.
Exemplo disso está no jornal Gente em Ação, criado pelo agrupamento de escolas de Vila Velha do Ródão (distrito de Castelo Branco, região central do país) que, desde 1989, publica notícias sobre o bairro e entrevistas com pessoas importantes. Hoje, com 20 páginas em média, o jornal tem a participação de 50 colaboradores, entre alunos e professores, e uma página no Facebook onde publica suas matérias, como a visita realizada ao Castelo de Ródão, ponto turístico da cidade.
Fonte: Portal Porvir 31/07/2013
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