Senado francês aprova fim de concursos de beleza para meninas

O Senado francês votou em favor da proibição de concursos de beleza para meninas menores de 16 anos, sob pena de multa e prisão. A medida é um esforço para conter a "sexualização excessiva" das crianças, segundo os legisladores.

A Câmara Alta do Legislativo francês votou a proposta nesta quarta-feira depois que Chantal Jouanno, que foi ministra do Esporte no governo de centro-direita do presidente Nicolas Sarkozy, apresentou a medida como parte de um projeto de lei para promover a igualdade entre os sexos.

"Não permitamos que nossas meninas acreditem desde cedo que seu único valor está na aparência", disse Joaunno aos senadores. "Não permitamos que os interesses comerciais pesem mais que os interesses sociais."

"Legisladores não têm a missão de moralizar, mas temos o dever de defender os interesses mais elevados das crianças", ela afirmou.

                          Associated Press
Oceane Scharre, 10, a Mini Miss França 2011, aparece ao lado da Miss França 2011, Mathilde Florin, em foto sem data
Oceane Scharre, 10, a Mini Miss França 2011, aparece ao lado da
Miss França 2011, Mathilde Florin, em foto sem data

A proibição ao que os franceses denominam "concursos de minimisses" foi combatida pela senadora socialista Virginie Klès, que apresentou o projeto de lei de igualdade entre os sexos, bem como pela porta-voz do governo e ministra dos Direitos da Mulher, Najat Vallaud-Belkacem, ambas as quais consideraram que as penas propostas eram severas demais.

Sob a proposta, os organizadores de concursos de beleza que desafiem o limite mínimo de idade podem enfrentar pena de até dois anos de prisão e multa de € 30 mil.

Vallaud-Belkacem apresentou uma emenda que forçaria os organizadores de concursos de misses a obter licença oficial para realizá-los, mas sua proposta foi derrotada.

Em relatório legislativo apresentado em março de 2012, dois meses antes que Sarkozy fosse derrotado pelo socialista François Hollande, Jouanno expressou preocupação quanto à "sexualização excessiva" de meninas jovens, incluindo a "sexualização de suas expressões, posturas ou roupas de forma precoce demais".

Jouanno declarou, então, que "o fenômeno está mais e mais presente". A lei reformulada será reconduzida à Assembleia Nacional, a câmara baixa do Legislativo, para aprovação.
Fonte: Folha de S. Paulo 18/09/2013 - Kim Willsher do Guardian/ Tradução de Paulo Migliacci

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