Algumas reflexões do primeiro dia do Congresso da Jeduca


Dia 19 foi o primeiro dia do 3º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, promovido pela Jeduca - Associação dos Jornalistas de Educação. O evento acontece no colégio Rio Branco, em São Paulo e segue até amanhã. Compartilhamos alguns pontos que surgiram nas diversas mesas ao longo deste dia. 

Pablo Ortellado
“Um dos desafios do jornalismo é hierarquizar o conteúdo para se contrapor a desinformação” - @pablo_ortellado - https://bit.ly/2TMFzrU  (Via @portalimprensa)

"Nem se deveria discutir/dar espaço ao questionamento se Paulo Freire deveria ser patrono da educação no Brasil, pq as razões são óbvias. Importante é refletir o que está por trás disso, especialmente pq quem faz esse questionamento nem sequer o leu." - Luana Tolentino 

Qual o limite entre pensamento plural e revisionismo, fundamentalismo? Como trabalhar essa fronteira na escola? Ao invés de direcionar a reflexão para Direita x Esquerda, vale colocar a ciência como parâmetro, trazer histórias de vida, etc 

"Saia de cima do muro, tenha lado. O lado da igualdade, da justiça (...) O sujeito tem que ser crítico, pensante. Existem outros mundos. O mundo é um mosaico de culturas" Profº Wellington Pereira

Os tempos de conflito na escola não começaram agora, mas desde a Revolução Industrial. A escola pública no Brasil nunca foi de qualidade e isso sempre teve um propósito político. Ninguém quer aplicar recurso na educação, porque educação é a arma do povo.

O discurso de que direitos humanos são para proteger bandido deveria ser discutido, desconstruído pela mídia? Como você acha que os meios de comunicação comportam-se em relação a esse tema? 

Como pautar na escola pública atualmente temas como minorias, direitos humanos, racismo, gênero, etc que são fundamentais, mas encarados como pautas de esquerda e podem sofrer censura e preconceito? 


Vagner de Alencar
"Nosso sonho é não existir. Porque acabamos tampando um buraco que não é coberto pela grande mídia. A periferia é estereotipada e nós mostramos histórias de vida de pessoas reais que vivem lá" - Vagner de Alencar, fundador da @agmural (Via @FT_Brasil)

A imprensa deve parar de usar a expressão "história de superação" quando falar de um aluno de escola pública que passou para uma universidade pública, porque na verdade a história é de injustiça. E não se deve romantizar histórias assim. Luana Tolentino

"A maioria dos jornalistas ainda é majoritariamente branco e de classe média e não sabe contar as histórias da periferia" opina @vagnerdealencar da @agmural

no TED do #jeduca2019 "A visão do jornalista que cresceu na periferia sobre a cobertura da imprensa" (via @JeducaEduca)

Na mesa "A escola em tempos de conflito" a professora e historiadora Luana Tolentino ressalta que discursos antidemocráticos direcionados à educação normalmente são de pessoas que nunca pisaram uma escola pública, não conhecem sua riqueza, suas demandas,sua realidade.

Até que ponto estudantes (de jornalismo) e jornalistas não contribuíram para este clima de exclusão que estamos vivendo neste momento? 


Flávia Cale
“Nenhum país se desenvolveu sem ciência e tecnologia e as universidades no Brasil têm essa primazia, detêm grande parte da produção cientifica nacional. As universidades têm papel indutor de conhecimento e redutor de desigualdade" - @FlaviaCale da @anpg 
Foto/Texto: #jeduca2019

Escola é lugar de diversidade, pluralidade, cidadania, inclusão, reflexão... 

É preciso despolarizar as discussões no Congresso e, independentemente de partidos, pensar as melhores políticas públicas de Educação para a população. Como o jornalismo especializado na área tem contribuído nessa discussão e pode atuar neste novo contexto político? Empresas como Whatsapp e Facebook precisam de regulação, de acordo com 
@pablo_ortellado . "Mas o problema de desinformação da sociedade é político, é estrutural" (Via @JeducaEduca)


A autorregulação das empresas de comunicação/tecnologia é suficiente para #accountability e prestação de contas com seu público? O público tem educação para cobrar uma mídia de qualidade, a garantia de seu direito à comunicação, a privacidade de seus dados?

"Esforços para o uso de tecnologias são importantes para garantir que as informações de fato cheguem a quem precisa. E há muitas formas de informar, por exemplo, o wathsapp", Tomás Durán Becerra, ‌doutor em comunicação pela Universidade Autônoma de Barcelona

As empresas de comunicação têm responsabilidade na formação de um público mais crítico, de #AlfabetizaçãoMidiática, #LiteraciaMidiática #jeduca2019 Obs: "Não é apenas papel das escolas ou das empresas, mas de toda a sociedade cobrar uma mídia/imprensa de qualidade" @Cris_Parente

"O #jornalismo tem o desafio de recuperar sua #credibilidade se distanciando das formas hiperpartidárias, sendo excessivamente zeloso com seu #equilíbrio." @pablo_ortellado

A sociedade está mais politizada... "30% dos paulistanos participaram de alguma atividade de protesto desde 2013" - @Pablo_Ortellado

Credibilidade é credibilidade, não importa a plataforma.

Paula Cesarino Costa defende importância da #diversidade na composição das redações e também na escolha das fontes. Em Junho, por exemplo, ela afirma que a página de Opinião da Folha não teve artigo de mulheres. É preciso ter atenção!



Dica de @zerotoledo : "Operation Infektion" - Série produzida pelo New York Times que mostra campanha de desinformação produzida pela KGB 

"Temos que repensar nossas pautas...continuar um jornalismo declaratório ou mostrar o que (não) está sendo feito?"  @zerotoledo

"O desafio dos #jornais é fazer tentativas ousadas. Mais do que publicar é importante saber o que não publicar" Paula Cesarino Costa

Quem são os #jornalistas que cobrem #educação no Brasil? Pesquisa está divulgada no site http://jeduca.org.br (Jeduca - Associação de Jornalistas de Educação)

Lembramos que o evento pode ser acompanhado nas páginas do Facebook do Canal Futura e da Jeduca!

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