Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação
Compartilhamos abaixo, a partir do Blog Mídias na Educação, da ECA/USP, os resumos de algumas monografias de conclusão do curso Mídias na Educação. As próprias concludentes escrevem sobre seus trabalhos! Boa leitura!
Patrícia Lopes*
Ingressei no Mídias em 2006 e em 2011 comecei a escrever a
monografia. O tema escolhido por mim tinha relação com a
prática pedagógica e a educomunicação.
O mais difícil foi refletir sobre a própria prática, analisar o
projeto como pesquisadora e fundamentá-lo para realizar o
estudo de caso com linguajar acadêmico.
Escolhido o problema: “Verificar se o uso da Rede Social
Twitter auxiliou o trabalho pedagógico” (num projeto
didático realizado), houve um processo de investigação
visando analisar a questão da socialização e os avanços
no processo de ensino-aprendizagem.
Ao longo da orientação percebi que ampliei minha visão
quanto à reflexão da prática, antes, durante e após o
processo, mantendo uma construção acadêmica constante
através de muita leitura. A comunicação contínua com
minha orientadora foi essencial para nortear e
desenvolver a monografia.
O Mídias contribuiu muito para o meu crescimento
profissional e pessoal, minha prática está mais
condizente com as questões metodológicas, pois
consigo associar e aplicar formas de trabalho
embasando-me nas teorias estudadas, fazendo
adequações sobre como determinada prática
condiz com a situação desenvolvida de maneira
reflexiva.
Hoje posso afirmar que tenho outra postura, porque
consigo perceber claramente que a realização do
meu trabalho monográfico continua me proporcionando
estímulo para continuar buscando novos estudos e
avançar nos métodos de pesquisa.
* A professsora Patrícia Lopes, em sua monografia
(“Educomunicação em 140 caracteres: análise do
uso da rede social Twitter por alunos e professores
da SME/SP”), orientada pela professora mestre
Maria Salete Prado Soares, buscou avaliar um
trabalho pedagógico, derivado de sua prática,
com o uso de rede social, no desenvolvimento
de sua investigação. Este tipo de pesquisa
exemplifica como um projeto didático pode
ser submetido a um escrutínio reflexivo que
sustente um estudo monográfico.
Claudia Patricia Costa Facco*
Há aproximadamente cinco anos fui convidada a
participar do curso de Mídias na Educação pela
direção da escola onde trabalhava (Vista Alegre do
Alto - SP). Até então não tinha ideia sobre o assunto
a ser desenvolvido nesse processo de aprendizagem,
pois não conhecia a área de Educomunicação.
O desconhecido provocou-me e diante da curiosidade
resolvi inscrever-me. O fato de o curso ser oferecido
on-line pelo Núcleo de Comunicação e Educação da
Universidade de São Paulo motivou-me ainda mais,
pois sabia que acrescentaria muito à minha docência.
Durante o processo de estudo dos módulos, todos
muito interessantes, verifiquei o quanto os alunos
de Jaboticabal necessitavam de uma educação
transformadora, a qual o sujeito é o protagonista
no caminho que leva ao conhecimento.
A dúvida sobre qual linha de pesquisa atuar tornou-se
algo inevitável diante dos intrigantes temas propostos.
Contudo decidi investigar sobre a Prática pedagógica
e Educomunicação devido a presente carência
existente no município de Jaboticabal relacionada
à exploração das mídias no ambiente escolar por
parte dos educandos e educadores.
Assim, o trabalho “TICs: Um Novo Olhar na Prática
Pedagógica” apresentou uma visão da relação dos
professores do Ensino Fundamental I com as TICs
se desenvolvem na escola pública municipal de
Jaboticabal-SP a partir da proposta dos PCNs de
utilizar as diferentes linguagens tecnológicas como
forma de comunicar, expressar ideias e interagir
com as diversas fontes de recursos tecnológicos.
A pesquisa privilegiou a análise quantitativa de
dados em que se empregou a técnicaSurvey e
Grupo Focal. Os resultados apontaram que
existem desafios a serem superados, tais como
integração das mídias no espaço escolar e
capacitação dos educadores para atuarem
como mediadores.
A partir da pesquisa realizada, pretendo dar
um passo a mais na área de Educomunicação
em busca do curso de mestrado, para que a
mesma possa colaborar com o processo de
informação e comunicação na educação. Além
disso, conscientizar os dirigentes do município
sobre a importância da inserção das TICs na
realidade local, para que os educandos possam
ter um ensino de qualidade.
O trabalho realizado foi árduo, porém muito
enriquecedor, a única dificuldade a ser superada
diz respeito às normas estabelecidas para
formatação. Tive dificuldades em encontrar
um profissional hábil para realizar a revisão,
anterior à entrega do trabalho, até que fiquei
sabendo que o trabalho poderia ser revisado
por um bibliotecário da USP.
O curso Mídias na Educação tanto quanto o
trabalho monográfico contribuíram muito
para minha prática pedagógica com relação
à forma de encarar as dificuldades existentes
na aprendizagem e abriu caminhos para que
eu pudesse visualizar as maneiras possíveis
de colaborar para transformar a realidade
através da utilização dos recursos presentes
no ambiente escolar que levam à construção
do conhecimento. Foi realmente gratificante
poder integrar esse curso que colaborou
significativamente para o desenvolvimento
dos meus conhecimentos nessa área da educação.
Aconselho a quem realiza a monografia que
leia muito sobre o assunto a ser pesquisado,
dedique boa parte do tempo ao estudo;
esteja sempre pronto para realizar as correções;
procure respostas para as dúvidas, nunca desista.
Agradeço a paciência e a boa vontade dos
profissionais envolvidos nesse processo educomunicativo.
_______________________________________________
* A professora Claudia Facco realizou a monografia
“TICs: Um Novo Olhar na Prática Pedagógica”
(orientada pela Profa. Me. Maria Salete Prado
Soares), defendida em 16 de junho deste ano,
e no texto acima reflete sobre o processo.
Débora Alves da Cunha Mendes*
As propagandas estão presentes na realidade
social e escolar dos estudantes, porém, muitas
vezes, eles desconhecem a intencionalidade
da linguagem publicitária, tornando-se mais
suscetíveis à sua influência. Assim, o objetivo
do trabalho foi aprofundar o estudo sobre a
relação entre mídia e educação, a partir da
reflexão sobre o uso da propaganda impressa
em sala de aula.
A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica.
A partir dos conceitos propostos por autores que
tratam de gêneros discursivos, leitura, mídia
impressa e propaganda, foi realizado um estudo
reflexivo, a fim de propor um método de leitura
e produção de propagandas adequado, do ponto
de vista teórico e metodológico, para aplicação
em sala de aula.
Dessa forma, podemos considerar que a principal
contribuição desse estudo foi a apresentação de
uma proposta de trabalho pedagógica mais
refinada do ponto de vista teórico e metodológico,
que buscou contemplar a tríade
leitura-produção-divulgação,
criando condições para que os alunos convivam
de forma positiva com a propaganda, sem se
deixarem ser manipulados.
A pesquisa poderá ser ampliada por outros pesquisadores,
já que, em razão do pouco tempo disponível, não
foi possível aplicar a nova proposta em sala de aula.
Assim, um caminho apontado para a continuidade da
pesquisa seria averiguar, por meio de uma pesquisa-ação,
a eficácia do escopo do trabalho no desenvolvimento
de habilidades e competências dos discentes.
Principais dificuldades
Acredito que o exercício de escrever um trabalho
científico é árduo, tendo em vista que muitas vezes
já temos ideias “pré-concebidas”, que queremos a
todo momento confirmá-las.
Minha principal dificuldade foi encontrar respostas
para os questionamentos feitos pela orientadora
nos momentos de dúvidas. Ela nunca me deu respostas
prontas; quando acreditava que eu não estava no
caminho certo, ela me questionava. O questionamento
da orientadora, visando essa desconstrução, muitas
vezes parecia um enigma.
Para superar essas dificuldades e chegar às respostas,
precisei de tempo, reflexão, leitura e amadurecimento.
Todavia, ao final, senti a sensação de que valeu a
pena “quebrar a cabeça”.
Mídias na Educação, trabalho monográfico
e prática pedagógica
Escolhi um tema da minha área de atuação:
análise e produção de propagandas no ensino
da Língua Portuguesa. Assim, esse trabalho
científico tornou-se um instrumental para
as minhas aulas, ampliando a minha visão
sobre a articulação entre Educação e Comunicação.
Meu conselho para quem está fazendo o curso e
escrevendo a monografia: seja persistente!
_________________________________________
A professora Débora defendeu recentemente sua
monografia (“Mídia impressa: análise e produção
de propagandas no ensino de Língua Portuguesa”)
no Mídias na Educação, orientada pela Profª Mª
Silene de A. G. Lourenço, e em seu relato reforça
a necessidade do professor pesquisador buscar
respostas aos questionamentos colocados pela
prática da investigação, discutindo com o orientandor,
e preocupando-se com a adoção de uma atitude
efetivamente reflexiva, que coloque em xeque
suas “certezas”.
Neide de Fátima Carlota Paulino*
A intenção em trabalhar a informática no auxílio
da leitura e escrita dos alunos das séries iniciais
surgiu diante das dificuldades em manter o
interesse dos alunos desestimulados pela aprendizagem.
Aproveitando os recursos que a escola oferece
na sala de informática, juntamente com a monitora,
busquei alternativas metodológicas que
favorecessem a alfabetização com o apoio do
computador, mostrando aos pais e colegas professores
que o uso do computador de maneira adequada
oportuniza o desenvolvimento, desperta o
interesse das crianças, para a construção do
conhecimento.
Primeiramente observei, através de avaliação
diagnóstica, quais eram as maiores dificuldades
dos alunos, em um segundo momento, organizei
o plano de ensino e selecionei conteúdos de
acordo com as dificuldades da classe.
Pesquisei muito sobre o referencial teórico e
realizei a pesquisa de campo com perguntas
simples para os alunos.
Sempre acreditei na capacidade do aluno em
aprender, e que perante o computador os alunos
aprendem com mais facilidade, são curiosos,
investigam, criam e constroem seu próprio
conhecimento. Desse modo, o computador
possibilita uma aprendizagem lúdica de forma
significativa.
No decorrer do desenvolvimento do trabalho,
desde o projeto de pesquisa até a monografia,
houve momentos de dificuldades e incertezas,
pensei em desistir por falta de conhecimento
das normas, pelo motivo de tempo e da distância
da minha cidade (Monte Aprazível) até São Paulo.
Porém, tive incentivo por parte da orientação,
passei pela qualificação e cheguei até a defesa.
Restam alguns anos até me aposentar e pretendo
continuar esse trabalho de alfabetização diante
do computador, isto já está acontecendo neste
ano em todas as séries (1º a 5º ano) da escola
Raul Vieira Luz.
Eu e minhas colegas não tínhamos habilidades
perante o computador, então procuramos nos
inteirar pelo menos das noções básicas necessárias
no dia a dia, utilizamos da informática para
preparar todas nossas aulas. Os alunos esperam
com expectativa o momento das aulas, com
isso a escola só tem a ganhar.
Sei que ainda tenho muito a aprender, mas tudo
o que sei sobre a informática na educação são
conhecimentos adquiridos no decorrer deste curso
(Mídias na Educação). A realização do trabalho
de monografia foi muito rica em aprendizagem,
pena que nem todas as pessoas que começam
conseguem terminar, assim, em minha cidade,
começamos (desde a extensão) em vinte e
somente eu terminei a especialização. Por
essa parte, me sinto vencedora e que todo
esforço foi muito válido.
_______________________________________________
A professora Neide desenvolveu sua monografia
(“Estudo da Informática como contributo no
auxílio da leitura e escrita dos alunos das séries
iniciais da Escola Municipal Raul Vieira Luz”),
orientada pelo professor mestre Marcellus William
Janes, analisando possibilidades de uso da
informática na alfabetização em séries iniciais.
Liete Ferraz*
Minha pesquisa se baseou no uso do celular em
sala de aula de modo contextualizado com os
currículos e com as disciplinas. O que me fez
olhar para este assunto foi a grande quantidade
de reclamações que os colegas faziam sobre as
questões disciplinares como a falta de atenção,
uso indevido, perigo de “bullying”, uso de redes
sociais em sala e a total falta de atenção à aula
em si. A partir desses fatos, comecei a prestar
atenção aos aparelhos e suas mídias (rádio, TV,
máquina fotográfica, filmadora, gravador) e
“descobri” que este pequeno aparelho poderia
ser uma grande arma a favor das aulas e das
disciplinas, desde que os professores soubessem
usar seu potencial.
Iniciei meu trabalho descobrindo o que os colegas
de diferentes disciplinas e idades sabiam sobre as
mídias e a Educomunicação e como agiam em suas
vidas pessoais e usavam todos os aparelhos e
tecnologias (não só o celular). Tentei, com a ajuda
das teorias e dos pesquisadores da Educomunicação,
unir as práticas já usadas com as bases teóricas existentes,
mostrar que é sim possível usar os celulares em sala
de aula, fazendo do mesmo uma ferramenta a mais
à favor da educação e da manutenção da disciplina,
hoje tão frágil. Acho que consegui mostrar isso com
o meu trabalho. O mais difícil é convencer as
pessoas disso. Ai é outra etapa.
Por isso, gostaria de continuar o trabalho e tentar
aprofundar um pouco a questão do uso do celular,
já que é uma mídia que veio para ficar e da qual
os jovens não se separam mais (os adultos também).
Vou continuar estudando o assunto e, se for possível,
tentar o mestrado. Vamos ver.
A maior dificuldade para escrever e pesquisar,
para mim, foi a falta de tempo. Como temos de
trabalhar e cuidar da vida pessoal fica difícil
conciliar tudo. Demorei para concluir o trabalho.
Tive outros entraves no caminho que me atrasaram
ainda mais, mas o principal é a falta de tempo.
Tentei superar, escrevendo e lendo o mais possível
nos intervalos que tive, mas foi muito complicado.
Ainda bem que “nada é impossível” e consegui!
Todo curso e todo trabalho deve e pode abrir
janelas e portas e aumentar sua experiência e,
principalmente, o conhecimento sobre qualquer
assunto. No Mídias, aprendi a observar mais o
trabalho e aprender a ver certas mídias com
outros olhos. Como fiz o curso como Coordenadora
e depois como Vice Diretor de escola, meu
trabalho em sua essência foi de observar o trabalho
de outros colegas e tentar influenciar na melhoria
da qualidade do que era feito, sempre visando
o maior aproveitamento do aluno.
Devemos sempre ter em mente que a educação
tem sempre que buscar melhoria nas competências
e nas habilidades de seus alunos e buscar sempre
o aprimoramento profissional. Escrevendo um
trabalho acadêmico, sempre nos atualizamos e
entramos em contato com o mundo acadêmico.
Nunca havia feito um trabalho nesse nível.
Foi uma grande aprendizagem!
Um conselho que daria para quem realiza a
monografia é ler muito sobre o assunto
pesquisado (lia tudo o que podia em jornais,
sites, revistas), sempre buscando se atualizar
e “colecionar” a maior quantidade possível
de informações antes de começar a escrever.
Quando começar, se manter atualizado e
seguir rigorosamente as normas acadêmicas
para a feitura do trabalho (mesmo fazendo
isso ainda foram apontados muitos erros em
meu trabalho). Revisar sempre tudo. No
começo é muito difícil, mas depois a coisa
começa a fluir. É só saber o que esta escrevendo
e ter muito conhecimento do assunto.
A coisa acontece!
_____________________________________________
* O texto da professora Liete, acima, em que ela
fala sobre seu trabalho de conclusão do curso
Mídias na Educação, a monografia "Celular X
Professor Uma Combinação Possível: análise da
experiência de duas professoras de Ensino
Fundamental e Médio de São Paulo - SP"
(orientada pelo Prof. Dr. Richard Romancini),
é o primeiro de uma série de relatos que
pretendemos publicar, a partir da colaboração
desses recentes especialistas.
Fonte: Mídias na Educação (http://blog.midiaseducacao.com)
Twitter e Educomunicação
Patrícia Lopes*
Ingressei no Mídias em 2006 e em 2011 comecei a escrever a
monografia. O tema escolhido por mim tinha relação com a
prática pedagógica e a educomunicação.
O mais difícil foi refletir sobre a própria prática, analisar o
projeto como pesquisadora e fundamentá-lo para realizar o
estudo de caso com linguajar acadêmico.
Escolhido o problema: “Verificar se o uso da Rede Social
Twitter auxiliou o trabalho pedagógico” (num projeto
didático realizado), houve um processo de investigação
visando analisar a questão da socialização e os avanços
no processo de ensino-aprendizagem.
Ao longo da orientação percebi que ampliei minha visão
quanto à reflexão da prática, antes, durante e após o
processo, mantendo uma construção acadêmica constante
através de muita leitura. A comunicação contínua com
minha orientadora foi essencial para nortear e
desenvolver a monografia.
O Mídias contribuiu muito para o meu crescimento
profissional e pessoal, minha prática está mais
condizente com as questões metodológicas, pois
consigo associar e aplicar formas de trabalho
embasando-me nas teorias estudadas, fazendo
adequações sobre como determinada prática
condiz com a situação desenvolvida de maneira
reflexiva.
Hoje posso afirmar que tenho outra postura, porque
consigo perceber claramente que a realização do
meu trabalho monográfico continua me proporcionando
estímulo para continuar buscando novos estudos e
avançar nos métodos de pesquisa.
* A professsora Patrícia Lopes, em sua monografia
(“Educomunicação em 140 caracteres: análise do
uso da rede social Twitter por alunos e professores
da SME/SP”), orientada pela professora mestre
Maria Salete Prado Soares, buscou avaliar um
trabalho pedagógico, derivado de sua prática,
com o uso de rede social, no desenvolvimento
de sua investigação. Este tipo de pesquisa
exemplifica como um projeto didático pode
ser submetido a um escrutínio reflexivo que
sustente um estudo monográfico.
Um novo olhar na prática pedagógica
Claudia Patricia Costa Facco*
Há aproximadamente cinco anos fui convidada a
participar do curso de Mídias na Educação pela
direção da escola onde trabalhava (Vista Alegre do
Alto - SP). Até então não tinha ideia sobre o assunto
a ser desenvolvido nesse processo de aprendizagem,
pois não conhecia a área de Educomunicação.
O desconhecido provocou-me e diante da curiosidade
resolvi inscrever-me. O fato de o curso ser oferecido
on-line pelo Núcleo de Comunicação e Educação da
Universidade de São Paulo motivou-me ainda mais,
pois sabia que acrescentaria muito à minha docência.
Durante o processo de estudo dos módulos, todos
muito interessantes, verifiquei o quanto os alunos
de Jaboticabal necessitavam de uma educação
transformadora, a qual o sujeito é o protagonista
no caminho que leva ao conhecimento.
A dúvida sobre qual linha de pesquisa atuar tornou-se
algo inevitável diante dos intrigantes temas propostos.
Contudo decidi investigar sobre a Prática pedagógica
e Educomunicação devido a presente carência
existente no município de Jaboticabal relacionada
à exploração das mídias no ambiente escolar por
parte dos educandos e educadores.
Assim, o trabalho “TICs: Um Novo Olhar na Prática
Pedagógica” apresentou uma visão da relação dos
professores do Ensino Fundamental I com as TICs
se desenvolvem na escola pública municipal de
Jaboticabal-SP a partir da proposta dos PCNs de
utilizar as diferentes linguagens tecnológicas como
forma de comunicar, expressar ideias e interagir
com as diversas fontes de recursos tecnológicos.
A pesquisa privilegiou a análise quantitativa de
dados em que se empregou a técnicaSurvey e
Grupo Focal. Os resultados apontaram que
existem desafios a serem superados, tais como
integração das mídias no espaço escolar e
capacitação dos educadores para atuarem
como mediadores.
A partir da pesquisa realizada, pretendo dar
um passo a mais na área de Educomunicação
em busca do curso de mestrado, para que a
mesma possa colaborar com o processo de
informação e comunicação na educação. Além
disso, conscientizar os dirigentes do município
sobre a importância da inserção das TICs na
realidade local, para que os educandos possam
ter um ensino de qualidade.
O trabalho realizado foi árduo, porém muito
enriquecedor, a única dificuldade a ser superada
diz respeito às normas estabelecidas para
formatação. Tive dificuldades em encontrar
um profissional hábil para realizar a revisão,
anterior à entrega do trabalho, até que fiquei
sabendo que o trabalho poderia ser revisado
por um bibliotecário da USP.
O curso Mídias na Educação tanto quanto o
trabalho monográfico contribuíram muito
para minha prática pedagógica com relação
à forma de encarar as dificuldades existentes
na aprendizagem e abriu caminhos para que
eu pudesse visualizar as maneiras possíveis
de colaborar para transformar a realidade
através da utilização dos recursos presentes
no ambiente escolar que levam à construção
do conhecimento. Foi realmente gratificante
poder integrar esse curso que colaborou
significativamente para o desenvolvimento
dos meus conhecimentos nessa área da educação.
Aconselho a quem realiza a monografia que
leia muito sobre o assunto a ser pesquisado,
dedique boa parte do tempo ao estudo;
esteja sempre pronto para realizar as correções;
procure respostas para as dúvidas, nunca desista.
Agradeço a paciência e a boa vontade dos
profissionais envolvidos nesse processo educomunicativo.
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* A professora Claudia Facco realizou a monografia
“TICs: Um Novo Olhar na Prática Pedagógica”
(orientada pela Profa. Me. Maria Salete Prado
Soares), defendida em 16 de junho deste ano,
e no texto acima reflete sobre o processo.
Propaganda e Língua Portuguesa
Débora Alves da Cunha Mendes*
As propagandas estão presentes na realidade
social e escolar dos estudantes, porém, muitas
vezes, eles desconhecem a intencionalidade
da linguagem publicitária, tornando-se mais
suscetíveis à sua influência. Assim, o objetivo
do trabalho foi aprofundar o estudo sobre a
relação entre mídia e educação, a partir da
reflexão sobre o uso da propaganda impressa
em sala de aula.
A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica.
A partir dos conceitos propostos por autores que
tratam de gêneros discursivos, leitura, mídia
impressa e propaganda, foi realizado um estudo
reflexivo, a fim de propor um método de leitura
e produção de propagandas adequado, do ponto
de vista teórico e metodológico, para aplicação
em sala de aula.
Dessa forma, podemos considerar que a principal
contribuição desse estudo foi a apresentação de
uma proposta de trabalho pedagógica mais
refinada do ponto de vista teórico e metodológico,
que buscou contemplar a tríade
leitura-produção-divulgação,
criando condições para que os alunos convivam
de forma positiva com a propaganda, sem se
deixarem ser manipulados.
A pesquisa poderá ser ampliada por outros pesquisadores,
já que, em razão do pouco tempo disponível, não
foi possível aplicar a nova proposta em sala de aula.
Assim, um caminho apontado para a continuidade da
pesquisa seria averiguar, por meio de uma pesquisa-ação,
a eficácia do escopo do trabalho no desenvolvimento
de habilidades e competências dos discentes.
Principais dificuldades
Acredito que o exercício de escrever um trabalho
científico é árduo, tendo em vista que muitas vezes
já temos ideias “pré-concebidas”, que queremos a
todo momento confirmá-las.
Minha principal dificuldade foi encontrar respostas
para os questionamentos feitos pela orientadora
nos momentos de dúvidas. Ela nunca me deu respostas
prontas; quando acreditava que eu não estava no
caminho certo, ela me questionava. O questionamento
da orientadora, visando essa desconstrução, muitas
vezes parecia um enigma.
Para superar essas dificuldades e chegar às respostas,
precisei de tempo, reflexão, leitura e amadurecimento.
Todavia, ao final, senti a sensação de que valeu a
pena “quebrar a cabeça”.
Mídias na Educação, trabalho monográfico
e prática pedagógica
Escolhi um tema da minha área de atuação:
análise e produção de propagandas no ensino
da Língua Portuguesa. Assim, esse trabalho
científico tornou-se um instrumental para
as minhas aulas, ampliando a minha visão
sobre a articulação entre Educação e Comunicação.
Meu conselho para quem está fazendo o curso e
escrevendo a monografia: seja persistente!
_________________________________________
A professora Débora defendeu recentemente sua
monografia (“Mídia impressa: análise e produção
de propagandas no ensino de Língua Portuguesa”)
no Mídias na Educação, orientada pela Profª Mª
Silene de A. G. Lourenço, e em seu relato reforça
a necessidade do professor pesquisador buscar
respostas aos questionamentos colocados pela
prática da investigação, discutindo com o orientandor,
e preocupando-se com a adoção de uma atitude
efetivamente reflexiva, que coloque em xeque
suas “certezas”.
Informática no apoio à leitura e escrita
Neide de Fátima Carlota Paulino*
A intenção em trabalhar a informática no auxílio
da leitura e escrita dos alunos das séries iniciais
surgiu diante das dificuldades em manter o
interesse dos alunos desestimulados pela aprendizagem.
Aproveitando os recursos que a escola oferece
na sala de informática, juntamente com a monitora,
busquei alternativas metodológicas que
favorecessem a alfabetização com o apoio do
computador, mostrando aos pais e colegas professores
que o uso do computador de maneira adequada
oportuniza o desenvolvimento, desperta o
interesse das crianças, para a construção do
conhecimento.
Primeiramente observei, através de avaliação
diagnóstica, quais eram as maiores dificuldades
dos alunos, em um segundo momento, organizei
o plano de ensino e selecionei conteúdos de
acordo com as dificuldades da classe.
Pesquisei muito sobre o referencial teórico e
realizei a pesquisa de campo com perguntas
simples para os alunos.
Sempre acreditei na capacidade do aluno em
aprender, e que perante o computador os alunos
aprendem com mais facilidade, são curiosos,
investigam, criam e constroem seu próprio
conhecimento. Desse modo, o computador
possibilita uma aprendizagem lúdica de forma
significativa.
No decorrer do desenvolvimento do trabalho,
desde o projeto de pesquisa até a monografia,
houve momentos de dificuldades e incertezas,
pensei em desistir por falta de conhecimento
das normas, pelo motivo de tempo e da distância
da minha cidade (Monte Aprazível) até São Paulo.
Porém, tive incentivo por parte da orientação,
passei pela qualificação e cheguei até a defesa.
Restam alguns anos até me aposentar e pretendo
continuar esse trabalho de alfabetização diante
do computador, isto já está acontecendo neste
ano em todas as séries (1º a 5º ano) da escola
Raul Vieira Luz.
Eu e minhas colegas não tínhamos habilidades
perante o computador, então procuramos nos
inteirar pelo menos das noções básicas necessárias
no dia a dia, utilizamos da informática para
preparar todas nossas aulas. Os alunos esperam
com expectativa o momento das aulas, com
isso a escola só tem a ganhar.
Sei que ainda tenho muito a aprender, mas tudo
o que sei sobre a informática na educação são
conhecimentos adquiridos no decorrer deste curso
(Mídias na Educação). A realização do trabalho
de monografia foi muito rica em aprendizagem,
pena que nem todas as pessoas que começam
conseguem terminar, assim, em minha cidade,
começamos (desde a extensão) em vinte e
somente eu terminei a especialização. Por
essa parte, me sinto vencedora e que todo
esforço foi muito válido.
_______________________________________________
A professora Neide desenvolveu sua monografia
(“Estudo da Informática como contributo no
auxílio da leitura e escrita dos alunos das séries
iniciais da Escola Municipal Raul Vieira Luz”),
orientada pelo professor mestre Marcellus William
Janes, analisando possibilidades de uso da
informática na alfabetização em séries iniciais.
Celular e educação: um grande aprendizado
Liete Ferraz*
Minha pesquisa se baseou no uso do celular em
sala de aula de modo contextualizado com os
currículos e com as disciplinas. O que me fez
olhar para este assunto foi a grande quantidade
de reclamações que os colegas faziam sobre as
questões disciplinares como a falta de atenção,
uso indevido, perigo de “bullying”, uso de redes
sociais em sala e a total falta de atenção à aula
em si. A partir desses fatos, comecei a prestar
atenção aos aparelhos e suas mídias (rádio, TV,
máquina fotográfica, filmadora, gravador) e
“descobri” que este pequeno aparelho poderia
ser uma grande arma a favor das aulas e das
disciplinas, desde que os professores soubessem
usar seu potencial.
Iniciei meu trabalho descobrindo o que os colegas
de diferentes disciplinas e idades sabiam sobre as
mídias e a Educomunicação e como agiam em suas
vidas pessoais e usavam todos os aparelhos e
tecnologias (não só o celular). Tentei, com a ajuda
das teorias e dos pesquisadores da Educomunicação,
unir as práticas já usadas com as bases teóricas existentes,
mostrar que é sim possível usar os celulares em sala
de aula, fazendo do mesmo uma ferramenta a mais
à favor da educação e da manutenção da disciplina,
hoje tão frágil. Acho que consegui mostrar isso com
o meu trabalho. O mais difícil é convencer as
pessoas disso. Ai é outra etapa.
Por isso, gostaria de continuar o trabalho e tentar
aprofundar um pouco a questão do uso do celular,
já que é uma mídia que veio para ficar e da qual
os jovens não se separam mais (os adultos também).
Vou continuar estudando o assunto e, se for possível,
tentar o mestrado. Vamos ver.
A maior dificuldade para escrever e pesquisar,
para mim, foi a falta de tempo. Como temos de
trabalhar e cuidar da vida pessoal fica difícil
conciliar tudo. Demorei para concluir o trabalho.
Tive outros entraves no caminho que me atrasaram
ainda mais, mas o principal é a falta de tempo.
Tentei superar, escrevendo e lendo o mais possível
nos intervalos que tive, mas foi muito complicado.
Ainda bem que “nada é impossível” e consegui!
Todo curso e todo trabalho deve e pode abrir
janelas e portas e aumentar sua experiência e,
principalmente, o conhecimento sobre qualquer
assunto. No Mídias, aprendi a observar mais o
trabalho e aprender a ver certas mídias com
outros olhos. Como fiz o curso como Coordenadora
e depois como Vice Diretor de escola, meu
trabalho em sua essência foi de observar o trabalho
de outros colegas e tentar influenciar na melhoria
da qualidade do que era feito, sempre visando
o maior aproveitamento do aluno.
Devemos sempre ter em mente que a educação
tem sempre que buscar melhoria nas competências
e nas habilidades de seus alunos e buscar sempre
o aprimoramento profissional. Escrevendo um
trabalho acadêmico, sempre nos atualizamos e
entramos em contato com o mundo acadêmico.
Nunca havia feito um trabalho nesse nível.
Foi uma grande aprendizagem!
Um conselho que daria para quem realiza a
monografia é ler muito sobre o assunto
pesquisado (lia tudo o que podia em jornais,
sites, revistas), sempre buscando se atualizar
e “colecionar” a maior quantidade possível
de informações antes de começar a escrever.
Quando começar, se manter atualizado e
seguir rigorosamente as normas acadêmicas
para a feitura do trabalho (mesmo fazendo
isso ainda foram apontados muitos erros em
meu trabalho). Revisar sempre tudo. No
começo é muito difícil, mas depois a coisa
começa a fluir. É só saber o que esta escrevendo
e ter muito conhecimento do assunto.
A coisa acontece!
_____________________________________________
* O texto da professora Liete, acima, em que ela
fala sobre seu trabalho de conclusão do curso
Mídias na Educação, a monografia "Celular X
Professor Uma Combinação Possível: análise da
experiência de duas professoras de Ensino
Fundamental e Médio de São Paulo - SP"
(orientada pelo Prof. Dr. Richard Romancini),
é o primeiro de uma série de relatos que
pretendemos publicar, a partir da colaboração
desses recentes especialistas.
Fonte: Mídias na Educação (http://blog.midiaseducacao.com)
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