Estudantes da rede pública de Santos gravam programa do STF de combate às fake news
As duas primeiras produções foram gravadas na manhã desta quinta-feira (23), no Parquinho Tecnológico de Santos (Vila Nova), com professores do local e alunos da UME Avelino da Paz Vieira (Vila Nova). As obras audiovisuais serão divulgadas, a partir do próximo mês, nos canais digitais do STF, da RNCD, do Devir e da Prefeitura."
"A Rede Nacional de Combate à Desinformação convidou alguns parceiros que trabalham com educação midiática para participar desta campanha educativa, entre eles, o Devir Educom. Topamos e resolvemos envolver os estudantes do projeto Memórias em Rede, desenvolvido pelo instituto, além dos professores do Parquinho, que, recentemente, fizeram uma de nossas formações", explicou a presidente do instituto Devir, a jornalista e professora Andressa Luzirão.
Ela ressaltou que a atividade coloca os alunos como protagonistas e agentes multiplicadores de um tema tão essencial, principalmente em um mundo que sofre com a propagação de notícias falsas e conteúdos com informações erradas. "É uma ação educativa, então, enquanto gravam os vídeos, também estão aprendendo mais sobre este assunto. É mais uma maneira deles desenvolverem competências e habilidades para lidarem melhor com as mídias, com as questões ligadas à cidadania e também com o processo eleitoral, contribuindo para uma sociedade mais democrática e plural".
Os roteiros dos vídeos, com duração inferior a dois minutos, contemplam dicas para distinguir fato de fake, conceitos e diferenças entre desinformação e fake news, definição de deepfakes (conteúdos criados substituindo rostos, expressões e até a voz de indivíduos reais), entre outros assuntos relacionados ao tema. As gravações estão sendo realizadas em parceria com a Diretoria de Comunicação, da Secretaria de Governo de Santos.
PROTAGONISTAS
Salomão Alcântara Honório Rodrigues, 14, da UME Avelino da Paz Vieira, considera que eles estão exercendo um papel importante para a sociedade. "As pessoas acabam postando coisas que não são verdadeiras, mesmo achando que são, gerando polêmicas e às vezes brigas. É preciso se comunicar mais e buscar sites confiáveis. Este trabalho que estamos fazendo é muito legal", afirmou.
A aluna Maria Paula Pereira dos Santos, 12, da mesma unidade, também gostou de participar da ação educativa. "Estamos ensinando e aprendendo ao mesmo tempo". Ambos são integrantes do projeto Memórias em Rede e também participam das oficinas de linguagem de programação e empreendedorismo do Parquinho Tecnológico.
"Esta temática de combate à desinformação é fundamental. Um assunto que precisamos discutir, principalmente no período de eleições. Todos precisam ficar atentos aos conteúdos consumidos e ter cuidado com fake news. E o mais importante é envolver os alunos nisso", disse o professor da oficina de jogos estratégicos do Parquinho Tecnológico, José Simões, que foi um dos profissionais que participou das gravações.
Da mesma instituição, o professor Caio Guerra, responsável pela oficina de mídias sociais, mostrou-se feliz em fazer parte da iniciativa. "Os conteúdos serão divulgados em âmbito nacional e isso é necessário. Aliás, o mundo inteiro precisa refletir sobre este tema, porque não é somente o Brasil que sofre com a divulgação de fakes e a desinformação. Buscamos trabalhar isso com os alunos do Parquinho, é um assunto que já abordamos". A professora Érica Florencio, da oficina de educação financeira, também participou dos vídeos.
PRÓXIMA GRAVAÇÃO
Nesta sexta-feira (24), das 14h às 17h, a gravação será realizada na UME Vinte e Oito de Fevereiro (Saboó), com os estudantes da unidade e também da escola estadual Zulmira Campos.
PROJETO MEMÓRIAS EM REDE
Realizado desde 2018, o projeto atualmente contempla três escolas municipais (Vinte e Oito de Fevereiro, Avelino da Paz Vieira e José Bonifácio) e uma estadual (Zulmira Campos). São atendidos cerca de 70 estudantes dos ensinos Fundamental e Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A ação leva o jornalismo, a educação midiática e a afetividade, por meio do resgate de memórias e da valorização dos espaços da Cidade para as escolas. Os alunos participam de oficinas de escrita criativa, fotografia, rádio, vídeo e mídias sociais, que servem de canais de expressão e exercício de cidadania.
A iniciativa é do Instituto Devir Educom, com sede em Santos, com a parceria da Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino, Tecnologia e Cultura (Fapetec) e o apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), as secretarias municipais de Educação (Seduc) e de Desenvolvimento Social (Seds) de Santos e a Diretoria de Ensino - Região Santos.
INSTITUTO DEVIR EDUCOM
Criado em junho de 2018, sob o pilar da Educomunicação, o Instituto atua em várias frentes e ações na educação formal e não-formal, envolvendo crianças, jovens e adultos.
Entre suas ações, além do Memórias em Rede, o Instituto tem em seu escopo projetos como Papo de #Educomunicação (lives mensais com educadores e especialistas sobre temas que afetam a escola e espaços não-formais de ensino), (RE)Aproveitar (que atua na sustentabilidade dentro das escolas), Cinescola (levando o cinema para a reflexão de alunos e demais membros da comunidade escolar), formações, entre outros.
Matéria publicada no jornal Diário do Litoral no dia 24/06/2022 em: https://www.diariodolitoral.com.br/santos/estudantes-da-rede-publica-de-santos-gravam-programa-do-stf-de-combate/157789/
Comentários
Postar um comentário