Liberdade responsável e sem censura
Como debater a qualidade da informação e a autorregulação da mídia sem esbarrar na liberdade de imprensa? A pergunta, do jornalista Geraldinho Vieira, ex-diretor e conselheiro da ANDI, e alguns esboços de uma resposta para um tema tão complexo, permeou toda a manhã de trabalhos na última plenária do encontro Infância e Comunicação.
“Nós queremos uma regulação que organize o mercado, principalmente da radiodifusão, que impeça e dificulte a prática de crimes horríveis. Queremos uma regulação que garanta a liberdade da imprensa de investigar os negócios da imprensa” afirmou Eugênio Bucci, jornalista e colunista da revista Época, e um dos participantes do debate.
As discussões sobre Qualidade da informação e autoregulação: desafios para o século XXI fora mediadas pelo Diretor Executivo da FNPI, Ricardo Corredor, e abriram o último dia do Seminário Internacional Infância e Comunicação. A base para as discussões foram alguns dos documentos sobre a autorregulação da mídia produzidos ao longo dos últimos anos (ver links ao final do texto).
Eugênio Bucci defendeu ainda que “A liberdade sempre precisa ser vista como um direito de minoria. Existe uma face da liberdade que é exatamente isso, o direito de minoria.”, como forma de eliminar a desconfiança no diálogo com os meios públicos e privados. Lembrou ainda que a liberdade de expressão, e de imprensa, é a de criticar e de divergir.
“Nós queremos uma regulação que organize o mercado, principalmente da radiodifusão, que impeça e dificulte a prática de crimes horríveis. Queremos uma regulação que garanta a liberdade da imprensa de investigar os negócios da imprensa” afirmou Eugênio Bucci, jornalista e colunista da revista Época, e um dos participantes do debate.
As discussões sobre Qualidade da informação e autoregulação: desafios para o século XXI fora mediadas pelo Diretor Executivo da FNPI, Ricardo Corredor, e abriram o último dia do Seminário Internacional Infância e Comunicação. A base para as discussões foram alguns dos documentos sobre a autorregulação da mídia produzidos ao longo dos últimos anos (ver links ao final do texto).
Eugênio Bucci defendeu ainda que “A liberdade sempre precisa ser vista como um direito de minoria. Existe uma face da liberdade que é exatamente isso, o direito de minoria.”, como forma de eliminar a desconfiança no diálogo com os meios públicos e privados. Lembrou ainda que a liberdade de expressão, e de imprensa, é a de criticar e de divergir.
Ombudsman
A reflexão também se voltou para as questões de ética das empresas de comunicação, participação dos leitores na linha editorial, e o compromisso das empresas de comunicação com a transparência sobre suas receitas e com a sociedade. Chris Elliott, ombudsman do jornal The Guardian, do Reino Unido, lembrou que os ombudsman já existem há mais de 40 anos nos Estados Unidos e que, no Reino Unido, o Guardian foi o primeiro jornal que começou com este trabalho. “Recebemos 27000 emails por ano. Nós avaliamos perguntas e outras preocupações dos leitores no que se refere ao Guardian”, disse ele, lembrando que há grupos de lobby que dizem que o jornal está sendo injusto com o lado dos palestinos na disputa com os israelenses.
Outro tema que permeou todo o debate foi a proteção ao trabalho do jornalista e sua situação diante dos riscos e da crise econômica. Elliott disse que a crise também chegou ao The Guardian. O jornal reduziu seu tamanho e foi preciso fazer corte de pessoal. “Nós fizemos com que o editor escrevesse um artigo sobre o assunto e que os leitores entrassem em contato conosco, e 18000 pessoas reclamaram do que foi feito. Conseguimos responder cerca de 13000 das pessoas que reclamaram”.
Susana Singer, ombudsman da Folha de S.Paulo, concorda com esta abordagem: “O ombudsman tem liberdade total para criticar, eu escrevo um texto toda semana e este não passa na mão de ninguém antes de ser publicado. Mas isso não tem nenhum poder executivo. Isso cria uma frustração em muitos leitores. Mas não há uma mudança significativa do que precisa ser feito. É importante que o ombudsman esteja totalmente apartado das decisões e discussões da redação” afirmou ela.
Outro tema que permeou todo o debate foi a proteção ao trabalho do jornalista e sua situação diante dos riscos e da crise econômica. Elliott disse que a crise também chegou ao The Guardian. O jornal reduziu seu tamanho e foi preciso fazer corte de pessoal. “Nós fizemos com que o editor escrevesse um artigo sobre o assunto e que os leitores entrassem em contato conosco, e 18000 pessoas reclamaram do que foi feito. Conseguimos responder cerca de 13000 das pessoas que reclamaram”.
Susana Singer, ombudsman da Folha de S.Paulo, concorda com esta abordagem: “O ombudsman tem liberdade total para criticar, eu escrevo um texto toda semana e este não passa na mão de ninguém antes de ser publicado. Mas isso não tem nenhum poder executivo. Isso cria uma frustração em muitos leitores. Mas não há uma mudança significativa do que precisa ser feito. É importante que o ombudsman esteja totalmente apartado das decisões e discussões da redação” afirmou ela.
Além das questões éticas e de autorregulação, Ricardo Corredor levantou ainda o tema segurança no trabalho do jornalista. Para Luiz Gustavo Pacete, correspondente no Brasil do grupo Repórteres Sem Fronteira, informou que semanalmente, trimestralmente, o jornalista está no ranking de mortes. “Os relatórios servem para dar visibilidade, eles chamam a atenção para a situação do Brasil. Existe hoje, falando sobre a situação de trabalho, dois exemplos, o do André Caramante e do Mauri König. Como os jornalistas devem reagir e lidar perante a situação de uma ameaça? Devem existir treinamentos.” Disse ele elogiando iniciativas como a da Instituição Vladimir Herzog que trabalha com a capacitação das instituições ligadas ao jornalismo para enfrentar situações de risco.
Protagonismo juvenil
Ao final da plenária, o jornalista Geraldinho Vieira passou a palavra a Luiz Gustavo, um adolescente que participou do encontro e estava Ana plateia. Ele registrou, sob aplausos, a queixa de que havia poucos adolescentes ali. “Como querem a participação e o protagonismo de crianças e adolescentes se eles não se encontram aqui?” afirmou Luiz Gustavo, que foi aplaudido.
O Seminário Internacional Infância e Comunicação foi realizado pela ANDI – Comunicação e Direitos em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos, a Secretaria Nacional de Justiça, o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), com o patrocínio da Petrobras e apoio da Fundação Ford, TV escola, The Communication Initiative, Pró Empresa e as Redes ANDI Brasil e América Latina.
Links para os documentos base do debate:
Links para os documentos base do debate:
Suplemento del sector de medios del GRI (Global Reporting Initiative) - 2012https://www.globalreporting.org/reporting/sector-guidance/media/Pages/de...
Indicadores Ethos-ANJ de responsabilidad social para el sector de periódicos - 2008http://www.uniethos.org.br/_Uniethos/documents/INDICADORESETHOS-JORNAIS2...
Indicadores de desarrollo mediático de Unesco – 2008http://www.unesco.org/new/en/communication-and-information/resources/pub...
Indicadores de calidad en los medios públicos de Unesco Brasil - 2012 http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002166/216616por.pdf
Indicadores Ethos-ANJ de responsabilidad social para el sector de periódicos - 2008http://www.uniethos.org.br/_Uniethos/documents/INDICADORESETHOS-JORNAIS2...
Indicadores de desarrollo mediático de Unesco – 2008http://www.unesco.org/new/en/communication-and-information/resources/pub...
Indicadores de calidad en los medios públicos de Unesco Brasil - 2012 http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002166/216616por.pdf
Fonte: Blog da ANDI (http://blog.andi.org.br/liberdade-responsavel-e-sem-censura) 08/03/2013
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