A educomunicação e suas contribuições na educação integral
Por Daniele Próspero
Diante dos novos desafios da sociedade contemporânea, a educação, cada vez
mais, precisa ampliar os espaços, tempos
e oportunidades educativas, o que busca
justamente a promoção de uma educação
integral, ou seja, a formação dos alunos
nas suas multidimensões. Isso passa,
necessariamente, pela possibilidade de
converter-se num espaço privilegiado para garantir às novas
gerações os conhecimentos e as habilidades indispensáveis,
para que se comuniquem com autonomia e autenticidade.
mais, precisa ampliar os espaços, tempos
e oportunidades educativas, o que busca
justamente a promoção de uma educação
integral, ou seja, a formação dos alunos
nas suas multidimensões. Isso passa,
necessariamente, pela possibilidade de
converter-se num espaço privilegiado para garantir às novas
gerações os conhecimentos e as habilidades indispensáveis,
para que se comuniquem com autonomia e autenticidade.
Sendo assim, não há como não falar em comunicação. Essa
aproximação entre comunicação e educação se torna essencial.
É o que chamamos de educomunicação, ou seja, um conjunto
das ações voltadas ao planejamento e implementação de
práticas destinadas a criar e desenvolver ecossistemas
comunicativos abertos e criativos em espaços educativos,
garantindo, dessa forma, crescentes possibilidades de
expressão a todos os membros das comunidades educativas.
aproximação entre comunicação e educação se torna essencial.
É o que chamamos de educomunicação, ou seja, um conjunto
das ações voltadas ao planejamento e implementação de
práticas destinadas a criar e desenvolver ecossistemas
comunicativos abertos e criativos em espaços educativos,
garantindo, dessa forma, crescentes possibilidades de
expressão a todos os membros das comunidades educativas.
Diversas experiências e práticas educomunicativas têm
alcançado resultados importantes no processo de
aprendizagem das crianças e jovens. Algumas, inclusive,
avançaram e se tornaram políticas públicas, como o
projeto Educom.radio, em São Paulo. O governo federal
percebeu o valor da proposta e sua importância para a
busca de uma nova educação e inseriu, pela primeira vez,
como política pública nacional – no Programa Mais
Educação –, o conceito e pressupostos da
educomunicação como uma forma de agregar à busca
constante por uma educação integral.
alcançado resultados importantes no processo de
aprendizagem das crianças e jovens. Algumas, inclusive,
avançaram e se tornaram políticas públicas, como o
projeto Educom.radio, em São Paulo. O governo federal
percebeu o valor da proposta e sua importância para a
busca de uma nova educação e inseriu, pela primeira vez,
como política pública nacional – no Programa Mais
Educação –, o conceito e pressupostos da
educomunicação como uma forma de agregar à busca
constante por uma educação integral.
O programa, criado como parte do Plano de
Desenvolvimento da Educação (PDE), tem como
proposta articular diferentes ações, projetos e
programas nos Estados, e municípios, em consonância
com o projeto pedagógico da escola, ampliando
tempo, espaços e oportunidades educativas,
através da articulação das políticas setoriais
envolvidas e possibilitando a todos o “direito de
aprender”.
Desenvolvimento da Educação (PDE), tem como
proposta articular diferentes ações, projetos e
programas nos Estados, e municípios, em consonância
com o projeto pedagógico da escola, ampliando
tempo, espaços e oportunidades educativas,
através da articulação das políticas setoriais
envolvidas e possibilitando a todos o “direito de
aprender”.
O programa vem sendo ampliado ao longo destes anos.
Em 2008, 1378 escolas no país foram contempladas pelo
Mais Educação; em 2009, foram 5040; e, em 2010,
foram mais de 10 mil. Em 2011, 15.018 escolas públicas
passam a oferecer educação integral, por meio do
programa. Do total, 5.256 participam pela primeira vez.
Todas as novas escolas são de ensino fundamental.
A previsão é atingir 3 milhões de alunos, com estimativa
de recursos aplicados de R$ 574 milhões.
Em 2008, 1378 escolas no país foram contempladas pelo
Mais Educação; em 2009, foram 5040; e, em 2010,
foram mais de 10 mil. Em 2011, 15.018 escolas públicas
passam a oferecer educação integral, por meio do
programa. Do total, 5.256 participam pela primeira vez.
Todas as novas escolas são de ensino fundamental.
A previsão é atingir 3 milhões de alunos, com estimativa
de recursos aplicados de R$ 574 milhões.
O Mais Educação prevê a implantação de uma jornada
mínima escolar de sete horas, com a previsão de
atividades de pelo menos três dos dez macrocampos
estabelecidos: acompanhamento pedagógico (obrigatório);
meio ambiente; esporte; direitos humanos; cultura
e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde;
comunicação e uso de mídias; educação científica; e
educação econômica e cidadania. São mais de 62
atividades nestes dez macrocampos.
mínima escolar de sete horas, com a previsão de
atividades de pelo menos três dos dez macrocampos
estabelecidos: acompanhamento pedagógico (obrigatório);
meio ambiente; esporte; direitos humanos; cultura
e arte; inclusão digital; prevenção e promoção da saúde;
comunicação e uso de mídias; educação científica; e
educação econômica e cidadania. São mais de 62
atividades nestes dez macrocampos.
A educomunicação insere-se como proposta no
macrocampo “Comunicação e Uso de Mídias”. As
escolas podem optar por atividades de rádio, jornal,
fotografia, vídeo e histórias em quadrinhos e
recebem recursos para a compra de equipamentos
e contratação de monitores.
macrocampo “Comunicação e Uso de Mídias”. As
escolas podem optar por atividades de rádio, jornal,
fotografia, vídeo e histórias em quadrinhos e
recebem recursos para a compra de equipamentos
e contratação de monitores.
O direcionamento do MEC para as atividades neste
macrocampo é que as ações “utilizem os recursos
da mídia no desenvolvimento de projetos educativos
dentro dos espaços escolares, com a construção de
propostas de cidadania engajando os alunos em
ações de colaboração para a melhoria das relações
entre as pessoas, além de projetos de aprendizagem
por meio da reflexão crítica e da possibilidade de
intervenção na escola e na comunidade”.
macrocampo é que as ações “utilizem os recursos
da mídia no desenvolvimento de projetos educativos
dentro dos espaços escolares, com a construção de
propostas de cidadania engajando os alunos em
ações de colaboração para a melhoria das relações
entre as pessoas, além de projetos de aprendizagem
por meio da reflexão crítica e da possibilidade de
intervenção na escola e na comunidade”.
Este enfoque apontado pelo programa traz uma série
de contribuições para a educação integral. Em
primeiro lugar, trata-se, portanto, de colaborar
com as relações no próprio ambiente escolar. Ao
permitir que os alunos, juntamente com professores
ou monitores, discutam no jornal ou na rádio
questões da escola e da comunidade, um novo
ambiente pode ser elaborado.
de contribuições para a educação integral. Em
primeiro lugar, trata-se, portanto, de colaborar
com as relações no próprio ambiente escolar. Ao
permitir que os alunos, juntamente com professores
ou monitores, discutam no jornal ou na rádio
questões da escola e da comunidade, um novo
ambiente pode ser elaborado.
A própria produção destes veículos escolares, que
necessita uma intensa pesquisa, discussão e
produção em grupo, abre a possibilidade para
o estabelecimento de novas relações entre os
próprios alunos.
necessita uma intensa pesquisa, discussão e
produção em grupo, abre a possibilidade para
o estabelecimento de novas relações entre os
próprios alunos.
Outra contribuição é em relação às novas linguagens.
De acordo com o caderno orientativo do macrocampo,
a Comunicação e Uso de Mídias, sobretudo, será
tratada como o conjunto de processos que promovem
a formação de cidadãos participativos política e
socialmente, que interajam na sociedade da informação,
na condição de emissores e, não apenas, consumidores
de mensagens, garantindo assim seu Direito à Comunicação.
De acordo com o caderno orientativo do macrocampo,
a Comunicação e Uso de Mídias, sobretudo, será
tratada como o conjunto de processos que promovem
a formação de cidadãos participativos política e
socialmente, que interajam na sociedade da informação,
na condição de emissores e, não apenas, consumidores
de mensagens, garantindo assim seu Direito à Comunicação.
Sendo assim, os alunos no Mais Educação são envolvidos
diretamente na produção destes veículos de comunicação,
permitindo exercerem o seu direito a se expressarem.
Abrir esse espaço de participação para os alunos se
configura, portanto, numa possibilidade de despertar
o interesse por novos conhecimentos, novas práticas,
novas ações de intervenção social.
diretamente na produção destes veículos de comunicação,
permitindo exercerem o seu direito a se expressarem.
Abrir esse espaço de participação para os alunos se
configura, portanto, numa possibilidade de despertar
o interesse por novos conhecimentos, novas práticas,
novas ações de intervenção social.
É no fazer que os alunos, justamente, encontram sentido
para muitas questões colocadas pela escola que, até
então, pareciam desconectadas. Os alunos podem
utilizar-se da rádio para falar sobre suas propostas e
ainda praticar a expressão verbal; ao produzirem um
vídeo, por exemplo, os estudantes conhecerão de
forma mais clara como é o processo de produção e,
por isso, terão um olhar mais crítico ao assistirem
programas televisivos; nos jornais ou quadrinhos,
os estudantes poderão discutir temas como a sexualidade.
para muitas questões colocadas pela escola que, até
então, pareciam desconectadas. Os alunos podem
utilizar-se da rádio para falar sobre suas propostas e
ainda praticar a expressão verbal; ao produzirem um
vídeo, por exemplo, os estudantes conhecerão de
forma mais clara como é o processo de produção e,
por isso, terão um olhar mais crítico ao assistirem
programas televisivos; nos jornais ou quadrinhos,
os estudantes poderão discutir temas como a sexualidade.
Diversos estudos já têm demonstrado o impacto positivo
ao permitir que as crianças e jovens participem do
processo de produção da mídia. De acordo com a
Unesco (2002), os projetos que atuam nesta
perspectiva têm demonstrado consequências
interessantes nos envolvidos, como: orgulho, poder e
auto-estima. Os participantes apontam o desejo de
encontrar na mídia os sonhos cotidianos e a realidade
local; compreensão crítica e maior competência de mídia;
fortalecimento da capacidade e da curiosidade; maior
justiça social com a mídia audiovisual; e interesse na
sociedade. Os participantes ainda ampliaram seu
vocabulário e repertório cultural, aumentaram suas
habilidades de comunicação, desenvolveram
competências de trabalho em grupo, fizeram
negociação de conflitos e planejamento de projetos
e melhoram o desempenho escolar.
ao permitir que as crianças e jovens participem do
processo de produção da mídia. De acordo com a
Unesco (2002), os projetos que atuam nesta
perspectiva têm demonstrado consequências
interessantes nos envolvidos, como: orgulho, poder e
auto-estima. Os participantes apontam o desejo de
encontrar na mídia os sonhos cotidianos e a realidade
local; compreensão crítica e maior competência de mídia;
fortalecimento da capacidade e da curiosidade; maior
justiça social com a mídia audiovisual; e interesse na
sociedade. Os participantes ainda ampliaram seu
vocabulário e repertório cultural, aumentaram suas
habilidades de comunicação, desenvolveram
competências de trabalho em grupo, fizeram
negociação de conflitos e planejamento de projetos
e melhoram o desempenho escolar.
Outro ponto de simbiose entre a educomunicação e
a proposta da educação integral é a própria
interdisciplinaridade. Por meio das práticas
educomunicativas, é possível uma maior flexibilização
do currículo e da construção de uma proposta
interdisciplinar. A fotografia pode ser uma ótima maneira
de trabalhar, junto à disciplina de Física, princípios
básicos de luz. A Matemática e a Geometria, por
exemplo, são fundamentais na diagramação de um
jornal. Já, a Redação e a Língua Portuguesa serão
utilizadas em qualquer tipo de mídia proposta, pois
estão ligadas à expressão. Além disso, ao produzirem
um jornal, os alunos podem discutir temas dos demais
macrocampos do Programa Mais Educação, como
educação financeira, por exemplo.
a proposta da educação integral é a própria
interdisciplinaridade. Por meio das práticas
educomunicativas, é possível uma maior flexibilização
do currículo e da construção de uma proposta
interdisciplinar. A fotografia pode ser uma ótima maneira
de trabalhar, junto à disciplina de Física, princípios
básicos de luz. A Matemática e a Geometria, por
exemplo, são fundamentais na diagramação de um
jornal. Já, a Redação e a Língua Portuguesa serão
utilizadas em qualquer tipo de mídia proposta, pois
estão ligadas à expressão. Além disso, ao produzirem
um jornal, os alunos podem discutir temas dos demais
macrocampos do Programa Mais Educação, como
educação financeira, por exemplo.
E as escolas vêm, gradativamente, descobrindo o
valor das práticas educomunicativas junto aos seus
alunos. Em 2011, mais de 4.200 instituições escolares,
em 842 cidades, estão desenvolvendo atividades
educomunicativas com cerca de 825 mil alunos
participantes.
valor das práticas educomunicativas junto aos seus
alunos. Em 2011, mais de 4.200 instituições escolares,
em 842 cidades, estão desenvolvendo atividades
educomunicativas com cerca de 825 mil alunos
participantes.
[+] O texto “As contribuições das práticas educomunicativas na
promoção da educação integral” foi escrito pela pesquisadora
do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade
de São Paulo (USP), Daniele Próspero, que é jornalista, especialista
em jornalismo social e em educação comunitária.
promoção da educação integral” foi escrito pela pesquisadora
do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE) da Universidade
de São Paulo (USP), Daniele Próspero, que é jornalista, especialista
em jornalismo social e em educação comunitária.
Fonte: Portal Aprendiz e Educomunicação UFCG (Texto de 2011)
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