10 dicas sobre como usar o crowdfunding na educação
O crowdfunding (financiamento coletivo, em português) vem se tornando uma prática bastante constante no Brasil e no mundo. Usada por diferentes pessoas e organizações, a ideia é simples: viabilizar um projeto por meio de pequenas contribuições de outras pessoas. Para isso, uma plataforma os ajuda a explicar a ideia e a arrecadar os valores. O tipo de projeto não importa. Pode ser a gravação de um CD, a publicação de um livro, a montagem de uma peça de teatro, a criação de um startup, a produção de um filme ou até mesmo a pintura ou a compra de materiais para uma escola.
Para ajudar escolas, professores e os próprios estudantes a se apropriarem dessa nova ferramenta para fins educativos, o Porvir separou uma lista com 10 dicas. Entre elas, você verá que há exemplos de plataformas que funcionam especificamente para financiar objetivos estudantis, como uma ajudinha em uma pesquisa científica ou para pagar a universidade, e também orientações de como fazer um uso pedagógico dessa ferramenta.
Mas, antes de apresentá-la, vale um pouquinho de história. A
onda de financiar projetos via web começou não faz muito tempo. A pioneiraKickStarter, nascida em
2009, ajudou a popularizar o conceito nos Estados Unidos. Em sua história, ela
já arrecadou mais de US$ 350 milhões, colocando no ar 30 mil projetos
criativos. No país, a principal plataforma de crowdfunding é o Catarse. Por ela, já
passaram mais de 500 projetos, que arrecadaram quase R$ 4 milhões.
Mas o Catarse é só uma
delas. Nos últimos dois anos, outras plataformas têm dando o ar de sua graça.
Entre elas estão: a Senso
Incomum (com foco em em projetos sociais); a Queremos, a Vakinha; o Incentivador e oBenfeitoria.
Ao longo do ano passado,
o Porvir divulgou alguns projetos
educacionais que aderiram à prática do financiamento coletivo, como o Livro
quer inspirar inovações em educação no Brasil, a Escola
pública no Grajaú adota o Design for Change, o Filme
que conta história de escola pública democrática, entre outros.
Agora sim, confira as
dicas!
1. Ajudinha nas taxas
Hoje, com o ajuda do
crowdfunding, os próprios alunos estão encontrando formas criativas para
financiar seus estudos. Por meio da sul-africanaSmartMe,
por exemplo, os alunos podem pedir financiamento para a compra de livros e o
pagamento de taxas de alojamento, alimentação e matrícula de seus estudos. Em
troca da ajuda, os estudantes se comprometem a oferecer algumas recompensas,
como manter a média escolar, realizar trabalho voluntário em alguma ONG ou até
mesmo oferecer serviço relacionado à sua área de formação.
2. Bolsas universitárias e de
ensino médio
Outra plataforma, criada
em Vancouver, no Canadá, é a Education
Generation. Em parceria com outras organizações, ela seleciona
excelentes alunos em condições de vulnerabilidade e dá visibilidade aos seus
sonhos educacionais. Pelo site, o interessado pode ajudar esses alunos a conseguirem
completar o ensino médio ou pagar seus estudos universitários.
3. Pesquisa científica ou
acadêmica
Já o portal Microzyra, lançado em
abril do ano passado, se dedica exclusivamente para arrecadar dinheiro para
pesquisas. O diferencial da plataforma em relação as demais é que ela não
oferece uma recompensa concreta (como dar uma cópia de um livro, um arquivo em
CD por exemplo), apenas compartilha os resultados de suas pesquisas no site. Um
dos pesquisadores que está pedindo financiamento, por exemplo, é Danny
Colombara, da Universidade de Washington. Ele precisa de U$ 5.500 para comprar
reagentes para sua pesquisa sobre câncer de pulmão.
4. Criar a própria plataforma
Já a GoFundMe é uma
plataforma que ajuda a criar modelos personalizados. Qualquer um pode entrar e
fazer seu site, mas um dos usos frequentes é o educacional. Por ela, alunos
pedem contribuição para pagarem seus cursos universitários e professores tentam
convencer outros usuários a financiarem uma viagem pedagógica com seus alunos.
No canto esquerdo, é possível ver um menu em que os projetos estão divididos
por temas.
5. Ferramenta pedagógica
Outra maneira de usar o
crowdfunding é de forma pedagógica. O financiamento coletivo pode ajudar a
angariar recursos para projetos, como viagens e feiras de ciência. Muitas
escolas, especialmente as públicas, têm orçamento restritos. Em uma escola
pública do Grajaú, zona sul de São Paulo, os alunos se reuniram para gravar um
vídeo, se inscrever na plataforma Vakinha para arrecadar recursos para para
compras de tintas, sprays e papeis. A iniciativa, em projeto-piloto, fez parte do Design for Change,
movimento global que encoraja crianças a mudarem a realidade de onde vivem
usando o design. O financiamento ajudou as crianças a substituir as
tradicionais lixeiras pretas por outras mais divertidas.
6. Projetos para a comunidade
Outra possibilidade é usar o crowdfunding em sala de sala para
transformar trabalhos escolares em produtos propriamente ditos que melhorem a
vida dos alunos e de suas famílias. Em vez de fazer um projeto fictício, por
que não fazer um trabalho no bairro, unindo pais e comunidade que apoiem os
alunos na ideia? Mais do que a arrecadação do dinheiro, a ideia é estimular a
criatividade dos alunos sobre como o uso de recursos financeiros podem melhorar
a vida em comunidade.
7. Financiamento ao contrário
Em outro modelo, é
possível também usar o crowdfunding com foco na educação cidadã: em vez de
pedir ajuda, são os estudantes os apoiadores. Uma boa forma de abordagem sobre
o tema é a Kiva.org. A
plataforma angaria financiamento coletivo para ajudar ONGs no mundo inteiro que
atuam no combate à pobreza com famílias em situação de vulnerabilidade. Ao
contribuir para alguma das organizações que fazem da plataforma, os alunos
acompanham o histórico de como seu financiamento está sendo utilizado para o
bem da população.
8. Educação empreendedora
Além disso, o financiamento coletivo também pode ser voltado
para a educação empreendedora. Em sala de aula, professores podem trabalhar com
alunos de ensino médio sobre os temas como o financiamento coletivo, a
criatividade, o processo de divulgação de sua vida e até mesmo responsabilidade
social.
9. Organização social
Aproveitando o
crowdfunding para ajudar o próximo, um grupo de nove estudantes da Universidade
de Yale, nos Estados Unidos, aderiu criou em 2008 o ReadySetLaunch. A
organização sem fins lucrativos, dirigida por universitários da instituição
americana é atua com estudantes do ensino médio, preparando os jovens de baixa
renda para a universidade.
10. Startup
Outro exemplo é o Upstart, startup criada
por um grupo de ex-funcionários do Google com a simples ideia simples de para
ajudar universitários a realizarem seus sonhos. Na prática, a empresa detecta o
sonho do jovem, pode querer montar seu próprio negócio ou até mesmo fazer uma
viagem. O estudante recebe ajuda financeira e orientação sobre como ir
atrás de sua “paixão”. Após formados e inseridos no mercado, os estudantes
recompensam a startup, que usa o investimento para ajudar novos universitários.
Fonte: Porvir (http://porvir.org/porcriar/10-dicas-sobre-como-usar-crowdfunding-na-educacao/20130301) Com informações da InformED
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