Ângulos, enquadramentos e jornalismos
Compartilhamos texto do professor Manuel Pinto, da Universidade do Minho/Braga (Portugal), sobre documentos publicados no Wikileaks e divulgados por outras redes de comunicação.
A Wikileaks, em acção conjugada com uma série de jornais de diferentes países, começou ontem a divulgar documentos confidenciais do Pentágono acerca dos detidos na prisão de Guantanamo, na sequência dos ataques terroristas do 11 de Setembro.Eis como os sites de dois órgãos de informação prestigiados como são a BBC News e a CNN International noticiavam estes factos (dá-se apenas o título e o 1º parágrafo ou lead, recomendando-se a leitura de cada uma das peças):
CNN: Military documents reveal details about Guantanamo detainees, al Qaeda
Nearly 800 classified U.S. military documents obtained by WikiLeaks reveal extraordinary details about the alleged terrorist activities of al Qaeda operatives captured and housed at the U.S. Navy's detention facility in Guantanamo Bay, Cuba.(...)
BBC: Wikileaks: Many at Guantanamo 'not dangerous'
Files obtained by the website Wikileaks have revealed that the US believed many of those held at Guantanamo Bay were innocent or only low-level operatives.(...)
Consultar diferentes fontes de informação e comparar o modo como cada uma propõe e apresenta os mesmos acontecimentos é um dos caminhos mais interessantes e necessários da literacia sobre os media.
Neste caso, trata-se de observar, em especial, aquilo que cada entidade informativa quer sublinhar, ao construir o título e o lead. E, ao sublinhar e destacar, que ângulo de abordagem adopta. Passa por aqui o estudo do framing ou enquadramento das notícias.
Importa notar que um exercício como este não envolve necessariamente um juizo definitivo sobre a qualidade da informação. Para tal precisamos de ir mais longe. Por exemplo: considerando o conjunto da informação difundida sobre os acontecimentos, bem como a respectiva contextualização. Mas há aqui um factor que é importante na análise: quem informa e a partir de onde informa (que quadro de interesses e pontos de vista). Por isso, o "quem" da notícia não pode ser procurado apenas no conteúdo daquilo que é dito mas também em "quem" veicula esse conteúdo.
Fonte: Educomunicação/Manuel Pinto (post inspirado em artigo do Wikileaks)
A Wikileaks, em acção conjugada com uma série de jornais de diferentes países, começou ontem a divulgar documentos confidenciais do Pentágono acerca dos detidos na prisão de Guantanamo, na sequência dos ataques terroristas do 11 de Setembro.Eis como os sites de dois órgãos de informação prestigiados como são a BBC News e a CNN International noticiavam estes factos (dá-se apenas o título e o 1º parágrafo ou lead, recomendando-se a leitura de cada uma das peças):
CNN: Military documents reveal details about Guantanamo detainees, al Qaeda
Nearly 800 classified U.S. military documents obtained by WikiLeaks reveal extraordinary details about the alleged terrorist activities of al Qaeda operatives captured and housed at the U.S. Navy's detention facility in Guantanamo Bay, Cuba.(...)
BBC: Wikileaks: Many at Guantanamo 'not dangerous'
Files obtained by the website Wikileaks have revealed that the US believed many of those held at Guantanamo Bay were innocent or only low-level operatives.(...)
Consultar diferentes fontes de informação e comparar o modo como cada uma propõe e apresenta os mesmos acontecimentos é um dos caminhos mais interessantes e necessários da literacia sobre os media.
Neste caso, trata-se de observar, em especial, aquilo que cada entidade informativa quer sublinhar, ao construir o título e o lead. E, ao sublinhar e destacar, que ângulo de abordagem adopta. Passa por aqui o estudo do framing ou enquadramento das notícias.
Importa notar que um exercício como este não envolve necessariamente um juizo definitivo sobre a qualidade da informação. Para tal precisamos de ir mais longe. Por exemplo: considerando o conjunto da informação difundida sobre os acontecimentos, bem como a respectiva contextualização. Mas há aqui um factor que é importante na análise: quem informa e a partir de onde informa (que quadro de interesses e pontos de vista). Por isso, o "quem" da notícia não pode ser procurado apenas no conteúdo daquilo que é dito mas também em "quem" veicula esse conteúdo.
Fonte: Educomunicação/Manuel Pinto (post inspirado em artigo do Wikileaks)
Comentários
Postar um comentário