Educomunicador é fundamental para comunicação plural

“Há a necessidade de entender que o usuário é protagonista no processo de aquisição de conteúdo. A relação de emitir e receber informação jamais deve ser unidirecional. Um diálogo tem que ser estabelecido”. A afirmação foi feita pelo gerente de programação e jornalismo do Canal Futura, João Alegria, ao iniciar o debate “O profissional da educomunicação”. Nesse contexto, o papel do educomunicador é essencial para estabelecer uma comunicação mais plural, afirmaram os participantes do evento.

A discussão fez parte do II Encontro Brasileiro de Educomunicação, ocorrido na última semana em São Paulo (SP), na Escola de Comunicação e Artes (ECA) na Universidade de São Paulo (USP). Ligada ao direito informacional, a educomunicação é uma forma de se comunicar educando, quando algo é escrito ou falado com a intensão de ensinar e trocar informações.

“O perfil do educomunicador para trabalhar na televisão deveria ser um profissional que atua em redes colaborativas, que se configurem como ambientes educacionais de baixa hierarquização, de grande diversidade e autonomia”, ressaltou o gerente do Canal Futura. “Ele pode atuar na realização de programas, na produção, na articulação dos diferentes setores que acabam se relacionando com a televisão e a mobilização social. Isso aponta para uma TV de interesse público”, completou.

A coordenadora do núcleo de comunicação comunitária da Associação Cidade Escola Aprendiz, Marina Rosenfeld, falou sobre o educomunicador na área não formal e ligado à comunicação comunitária. Segundo ela, o profissional deve atuar como um mediador no processo de reflexão e relação com o espaço, a mídia e o outro.

“Tem muita gente que faz educomunicação e não percebe . Trabalhamos com agências comunitárias de notícias e este projeto não será sustentável se a pessoa não se sentir com autonomia suficiente e responsável pelo processo”, afirmou a coordenadora.

Dessa forma, Marina explicou que o educomunicador deve ser muito presente no início das ações com a comunidade, mas que ao longo de tempo a ideia é que os próprios moradores tomem a frente. “Tivemos uma experiência no Grajaú - bairro da zona sul da cidade de São Paulo -, onde levamos nossos educomunicadores. No processo, trabalhou-se muito com a co-gestão a ponto de que uma pessoa da comunidade se colocou como educomunicador no final e veio aprender como fazer junto com nossos profissionais”.

A Editora da Revista Viração, Lilian Romão, disse que “cada experiência pode ser formativa desde seja possível o olhar com a perspectiva da educomunicação”. Ela lembrou que a publicação surgiu como uma experiência educomunicadora. Hoje em dia, a produção da revista conta com a participação de conselhos editoriais jovens de 22 estados, representantes de escolas públicas e particulares, projetos e movimentos sociais.

Possibilidade de emprego

“Cada vez mais precisamos de profissionais com forte formação humanista, teórica e não técnica. Também, não é só a área de humanas que precisa de educomunicadores”, revelou Maria Cristina Costa, coordenadora do curso de especialização em gestão da comunicação da ECA.

Para ela, a área é emergente até mesmo entre as empresas. O departamento do qual faz parte realizou uma pesquisa, entre outubro de 2007 e abril de 2008, comprovando. A pesquisa analisou os projetos finais dos alunos do curso de especialização em gestão da comunicação. Com o objetivo de desenvolver um projeto de intervenção para uma instituição de sua escolha, a maioria escolheu empresas privadas – 41% dos 234 projetos analisados. “Ou seja, há mercado para esse profissional”, acredita Maria Cristina. Aproximadamente 30% dos alunos escolheram trabalhar no setor público e 12% no terceiro setor.

Fonte: Portal Aprendiz/ Texto: Desirèe Luíse

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