O excesso de informações também adoece

Por Cristiane Parente - Blog Educação e Mídia / Gazeta do Povo (12/04/2021) 

No conto “Funes, o memorioso”, de Jorge Luis Borges, o personagem homônimo leva uma pancada na cabeça e a partir daí não esquece mais nada que lê, vê, ouve, sente. Sua memória capta tudo, todas as informações visuais, auditivas, sensorias, mesmo sem querer. Ainda que olhe de relance para uma árvore, sua memória capta o desenho da folhagem dela e, assim os sonhos de cada dia podem ser resgatados facilmente sob o formato de uma nuvem.

Diante dessa overdose de informações, ele fica incapaz de pensar, porque pensar é fazer escolhas e para Funes, nada é esquecido, tudo está guardado, tudo é importante. Incapaz de pensar, ele torna-se incapaz de agir. Acaba por morrer, talvez entupido, de tanta informação.

Essa poderia ser uma boa metáfora para o que vivemos hoje e que a Organização Mundial da Saúde – OMS chama de Infodemia ou uma pandemia, um excesso de informações, precisas ou não, que acabam por dificultar o encontro de fontes idôneas e confiáveis. Isso acaba por favorecer o aparecimento de boatos, desinformação e informações manipuladas, fato potencializado pela internet e rapidez com que tudo circula nas redes sociais (...)

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