"O mundo que perdemos"
De autoria de Tony Judt, historiador britânico e professor da Universidade de Nova Iorque, o trecho abaixo faz parte de um ensaio sobre o esquecimento nas sociedades modernas, em particular sobre o esquartejamento do passado, que serve de introdução a um dos seus mais recentes livros.
"A expansão da comunicação, em conjunto com a fragmentação da informação, oferece um contraste significativo mesmo em relação a comunidades de um passado recente. Até às últimas décadas do século XX, a maior parte das pessoas tinha um acesso limitado a informação, mas dentro de um certo Estado ou nação ou comunidade era provável que todas elas partilhassem o mesmo conhecimento, graças à educação nacional, às rádios e televisões públicas e a uma cultura comum de imprensa. Actualmente aplica-se o oposto.
A maior parte das pessoas fora da África subsaariana tem acesso a informação quase infinita. Contudo, na ausência de uma cultura comum para além de uma pequena elite (e por vezes nem mesmo aí), a informação específica e as ideias que as pessoas escolhem ou encontram são determinadas por uma multiplicidade de gostos, afinidades e interesses. À medida que os anos passam, cada um de nós tem menos em comum com os mundos rapidamente multiplicáveis dos nossos contemporâneos, para não falar do mundo dos nossos antepassados."
Tony Judt, Reappraisals: Reflections on the Forgotten Twentieth Century, Vintage Books, 2008.
Fonte: Educomunicação/TiagoDF
"A expansão da comunicação, em conjunto com a fragmentação da informação, oferece um contraste significativo mesmo em relação a comunidades de um passado recente. Até às últimas décadas do século XX, a maior parte das pessoas tinha um acesso limitado a informação, mas dentro de um certo Estado ou nação ou comunidade era provável que todas elas partilhassem o mesmo conhecimento, graças à educação nacional, às rádios e televisões públicas e a uma cultura comum de imprensa. Actualmente aplica-se o oposto.
A maior parte das pessoas fora da África subsaariana tem acesso a informação quase infinita. Contudo, na ausência de uma cultura comum para além de uma pequena elite (e por vezes nem mesmo aí), a informação específica e as ideias que as pessoas escolhem ou encontram são determinadas por uma multiplicidade de gostos, afinidades e interesses. À medida que os anos passam, cada um de nós tem menos em comum com os mundos rapidamente multiplicáveis dos nossos contemporâneos, para não falar do mundo dos nossos antepassados."
Tony Judt, Reappraisals: Reflections on the Forgotten Twentieth Century, Vintage Books, 2008.
Fonte: Educomunicação/TiagoDF
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