Novo E-Book: Curadoria digital e o campo da comunicação
A Editora é a ECA – USP e os autores são: Adriana Amaral, Carolina Frazon Terra, Daniela Bertocchi, Daniela Osvald Ramos, Elizabeth Saad Corrêa, Heitor Ferraz e Tarcízio Silva.
Falamos, portanto, de fenômenos da cibercultura que empurram a sociedade como um todo para “estados” de compartilhamento e cognição coletivos.
Tem sido assim quando uma hashtag como #calabocagalvão se transforma em capa de revista; quando o “churrasco de gente diferenciada” salta do Facebook para uma verdadeira aglomeração no bairro de Higienópolis, SP; ou quando termos de significado específico passam a identificar contextos e comportamentos ciberculturais – os portais, a arquitetura, os memes, e também curadoria.
O termo curadoria entrou na categoria dos ciber-significados de uma forma impactante e muito recentemente. O bem conhecido e consolidado curador das artes ou aquele curador gestor legal de patrimônios passaram a conviver com uma multidão de curadores da informação, curadores digitais, curadores de festas, de musicas, de programações, de coletâneas literárias, entre outras novas funções que necessitam de “cura” para se concretizarem.
Um dos primeiros questionamentos que um pesquisador do campo das mídias e comunicação digitais faz ao deparar-se com tal profusão de usos de um mesmo termo está na analise do seu potencial transformador das relações sociais. Quando isso acontece no meio digital, nos vemos acelerando analises e olhares para entender as implicações de um novo ciber-significado nos contextos da comunicação e da informação. Antes que o significado se perca.
Foi esse o leit motif inicial que o COM+ – Grupo de Pesquisa em Comunicação e Mídias Digitais da ECA-USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, elegeu discutir o tema “curadoria digital” como seu foco de pesquisa ao longo do ano de 2011. Um tema com poucas referencias cientificas, mas com muito uso social.
Toda atividade de pesquisa acadêmica no campo da comunicação só tem sentido se estabelece uma relação direta com vivencias e experiências. Especialmente se considerarmos o contexto cibercultural como o mais instigante campo de experimentações para sustentar nossas reflexões conceituais. Para acompanhar a velocidade das relações digitais há que se inverter o ritual tradicional do processo de pesquisa acadêmica. Há que se recorrer ao precioso campo das relações cotidianas para posterior sustentação e validação conceitual.
Assim ocorreu ao nos depararmos com as muitas “curadorias” presentes em nossos diálogos e relacionamentos digitais.
O COM+, por meio de seus pesquisadores e colaboradores, iniciou sua investigação por conta da desagradável sensação de que o termo curadoria estava sendo utilizado excessiva e deslocadamente pelos meios de comunicação, estimulados pela explosão curatorial no ciberespaço. Ao longo do ano de 2011 procuramos discutir textos – Curation Nation, de Steven Rosenbaun foi o primeiro deles; promover workshops – as professoras Giselle Beiguelman, da FAU- USP e Maria José Baldessar, do Departamento de Jornalismo da UFSC trouxeram luzes sobre os usos contemporâneos da curadoria; participar de eventos internacionais para entender de perto a aplicação da curadoria no mundo digital; iniciar pesquisas acadêmicas em níveis de mestrado e doutorado; e, acima de tudo, procuramos sistematizar a diversidade que encontramos ao longo deste processo.
Evidentemente, a discussão e a reflexão sobre curadoria digital não terminou e nem aponta para um consenso conceitual e empírico. É um tema ainda “em construção” como cunha o jargão cibercultura.
Mas, todo o processo vivenciado pelos pesquisadores do COM+ fez com que produzíssemos este e-book – “Curadoria Digital e o campo da Comunicação” como forma de estabelecer um dialogo mais amplo entre os muitos interessados no tema, além de cumprir com um dos papéis essenciais da pesquisa acadêmica: a produção e a transmissão de conhecimentos e conversações com a sociedade.
A principal conclusão a que o COM+ chegou ao longo desse período de pesquisa é que “curadoria digital” ainda não possui uma compreensão uniforme de seus significados no campo da Comunicação. É um tema multifacetado, com diferentes aplicações no contexto digital. A segunda principal conclusão a que chegamos foi a necessidade de manter em pauta essa discussão por meio deste e-book e sua fanpage no Facebook.
A proposta de “Curadoria Digital e o campo da Comunicação” abriga entre textos e vídeo olhares diversos sobre o que seria curadoria no campo da comunicação digital, discutindo desde as origens do termo e caracterização de sua atividade com o texto de Daniela Osvald Ramos; passa pela discussão da existência de algoritmos que exercem a curadoria na rede, com o texto de Beth Saad e Daniela Bertocchi; Carolina Terra analisa como ocorre a curadoria nas mídias sociais; Adriana Amaral discute a curadoria sob o ponto de vista da cultura; e chegamos à práxis curatorial vivenciada e explicada por Tarcizio Silva que contribui com a experiência das agencias e Heitor Ferraz que se coloca como um jornalista-curador em sua revista Samuel.
O COM+ espera que com a leitura deste e-book se desencadeie uma discussão mais ampla, mais coletiva e mais dialógica na construção de um conceito mais uniforme acerca da curadoria, ou até mesmo na desconstrução dos poucos consensos ora em uso.
Nossa intenção é questionar. Então, caro leitor, o que é curadoria para você? Estamos no Facebook para conversar!
Para acessar o ebook, basta clicar em http://issuu.com/grupo-ecausp.com/docs/ebook_curadoria_digital_usp#download
Veja abaixo o sumário da obra e a apresentação por Elizabeth Saad Corrêa
SUMÁRIO
A presença das redes digitais de informação e comunicação em nosso dia-a-dia – ou mais simplesmente, a presença da internet – incorpora em nossos relacionamentos e trocas de informações uma sucessão de comportamentos, hábitos, linguajares, atitudes e ações que se transformam rapidamente em práticas sociais coletivas, ultrapassando os limites daquele do grupo de cidadãos conectados em rede digital.- Apresentação
- Anotações para a compreensão da atividade do “Curador de Informação Digital”, por Daniela Osvald Ramos
- O papel do comunicador num cenário de curadoria algorítmica de informação, por Elizabeth Saad Corrêa e Daniela Bertocchi
- Curadoria de informação e conteúdo na web: uma abordagem cultural, por Adriana Amaral
- Usuário-mídia: o curador das mídias sociais?, por Carolina Frazon Terra
- Curadoria, mídias sociais e redes profissionais: reflexões sobre a prática, por Tarcízio Silva
- Da edição para a curadoria: o jornalista-curador na revista Samuel, Heitor Ferraz em entrevista para Daniela Osvald Ramos
- Sobre os autores
- Sobre o Com+
Falamos, portanto, de fenômenos da cibercultura que empurram a sociedade como um todo para “estados” de compartilhamento e cognição coletivos.
Tem sido assim quando uma hashtag como #calabocagalvão se transforma em capa de revista; quando o “churrasco de gente diferenciada” salta do Facebook para uma verdadeira aglomeração no bairro de Higienópolis, SP; ou quando termos de significado específico passam a identificar contextos e comportamentos ciberculturais – os portais, a arquitetura, os memes, e também curadoria.
O termo curadoria entrou na categoria dos ciber-significados de uma forma impactante e muito recentemente. O bem conhecido e consolidado curador das artes ou aquele curador gestor legal de patrimônios passaram a conviver com uma multidão de curadores da informação, curadores digitais, curadores de festas, de musicas, de programações, de coletâneas literárias, entre outras novas funções que necessitam de “cura” para se concretizarem.
Um dos primeiros questionamentos que um pesquisador do campo das mídias e comunicação digitais faz ao deparar-se com tal profusão de usos de um mesmo termo está na analise do seu potencial transformador das relações sociais. Quando isso acontece no meio digital, nos vemos acelerando analises e olhares para entender as implicações de um novo ciber-significado nos contextos da comunicação e da informação. Antes que o significado se perca.
Foi esse o leit motif inicial que o COM+ – Grupo de Pesquisa em Comunicação e Mídias Digitais da ECA-USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, elegeu discutir o tema “curadoria digital” como seu foco de pesquisa ao longo do ano de 2011. Um tema com poucas referencias cientificas, mas com muito uso social.
Toda atividade de pesquisa acadêmica no campo da comunicação só tem sentido se estabelece uma relação direta com vivencias e experiências. Especialmente se considerarmos o contexto cibercultural como o mais instigante campo de experimentações para sustentar nossas reflexões conceituais. Para acompanhar a velocidade das relações digitais há que se inverter o ritual tradicional do processo de pesquisa acadêmica. Há que se recorrer ao precioso campo das relações cotidianas para posterior sustentação e validação conceitual.
Assim ocorreu ao nos depararmos com as muitas “curadorias” presentes em nossos diálogos e relacionamentos digitais.
O COM+, por meio de seus pesquisadores e colaboradores, iniciou sua investigação por conta da desagradável sensação de que o termo curadoria estava sendo utilizado excessiva e deslocadamente pelos meios de comunicação, estimulados pela explosão curatorial no ciberespaço. Ao longo do ano de 2011 procuramos discutir textos – Curation Nation, de Steven Rosenbaun foi o primeiro deles; promover workshops – as professoras Giselle Beiguelman, da FAU- USP e Maria José Baldessar, do Departamento de Jornalismo da UFSC trouxeram luzes sobre os usos contemporâneos da curadoria; participar de eventos internacionais para entender de perto a aplicação da curadoria no mundo digital; iniciar pesquisas acadêmicas em níveis de mestrado e doutorado; e, acima de tudo, procuramos sistematizar a diversidade que encontramos ao longo deste processo.
Evidentemente, a discussão e a reflexão sobre curadoria digital não terminou e nem aponta para um consenso conceitual e empírico. É um tema ainda “em construção” como cunha o jargão cibercultura.
Mas, todo o processo vivenciado pelos pesquisadores do COM+ fez com que produzíssemos este e-book – “Curadoria Digital e o campo da Comunicação” como forma de estabelecer um dialogo mais amplo entre os muitos interessados no tema, além de cumprir com um dos papéis essenciais da pesquisa acadêmica: a produção e a transmissão de conhecimentos e conversações com a sociedade.
A principal conclusão a que o COM+ chegou ao longo desse período de pesquisa é que “curadoria digital” ainda não possui uma compreensão uniforme de seus significados no campo da Comunicação. É um tema multifacetado, com diferentes aplicações no contexto digital. A segunda principal conclusão a que chegamos foi a necessidade de manter em pauta essa discussão por meio deste e-book e sua fanpage no Facebook.
A proposta de “Curadoria Digital e o campo da Comunicação” abriga entre textos e vídeo olhares diversos sobre o que seria curadoria no campo da comunicação digital, discutindo desde as origens do termo e caracterização de sua atividade com o texto de Daniela Osvald Ramos; passa pela discussão da existência de algoritmos que exercem a curadoria na rede, com o texto de Beth Saad e Daniela Bertocchi; Carolina Terra analisa como ocorre a curadoria nas mídias sociais; Adriana Amaral discute a curadoria sob o ponto de vista da cultura; e chegamos à práxis curatorial vivenciada e explicada por Tarcizio Silva que contribui com a experiência das agencias e Heitor Ferraz que se coloca como um jornalista-curador em sua revista Samuel.
O COM+ espera que com a leitura deste e-book se desencadeie uma discussão mais ampla, mais coletiva e mais dialógica na construção de um conceito mais uniforme acerca da curadoria, ou até mesmo na desconstrução dos poucos consensos ora em uso.
Nossa intenção é questionar. Então, caro leitor, o que é curadoria para você? Estamos no Facebook para conversar!
Para acessar o ebook, basta clicar em http://issuu.com/grupo-ecausp.com/docs/ebook_curadoria_digital_usp#download
Comentários
Postar um comentário