Second Life: que história é essa?

Imagine um mundo onde você pode ser o que quiser, fazer o que desejar e transformar-se naquilo que sempre sonhou. Esta é a propaganda do Second Life. Provavelmente, você já ouviu alguma coisa sobre o metaverso que vem atraindo a atenção de jovens e adultos de todo o mundo. Metaverso? Sim. Trata-se de “um universo virtual dentro do nosso universo real. Um mundo digital on-line tridimensional, onde tudo é criado pelos seus residentes”, como explica o diretor de marketing do Second Life Brasil, Emiliano de Castro.

No mundo todo, os internautas brasileiros são privilegiados. Eles possuem uma entrada própria em Língua Portuguesa que dá acesso ao Second Life. No metaverso, é possível vivenciar uma outra vida, desde a celebração de um casamento até a construção de uma casa ou o fechamento de um grande negócio. Hoje existem mais de 7,8 milhões de usuários cadastrados, desses 400 mil são brasileiros.

Em entrevista ao RIO MÍDIA, Emiliano de Castro disse que o sucesso do Second Life se deve ao fato de que o projeto encontrou uma mistura simbiótica entre conteúdo criado pelo usuário, economia virtual e redes de relacionamento. “Essa combinação explosiva junta uma série de tendências que já vinha se desenvolvendo há algum tempo. Por isso mesmo, encontra boa aceitação da comunidade. As empresas, é claro, se interessaram por este novo canal para se comunicar com seus consumidores”, explica Castro.

Acompanhe a entrevista na íntegra.

RIO MÍDIA - O que é o Second Life. É um jogo? Um mundo paralelo? Uma brincadeira? Um negócio? Uma diversão on-line como qualquer outra? Afinal, como podemos defini-lo?
Emiliano de Castro - É um metaverso. Ou seja, um universo (virtual) dentro do nosso universo (real). Um mundo digital on-line tridimensional, onde tudo é criado pelos seus residentes.

RIO MÍDIA - Na prática, como esse metaverso funciona?
Emiliano de Castro - Existe um grid de servidores que simula um espaço virtual, onde os residentes circulam e fazem suas construções. As ferramentas de construção e programação já vêm integradas no client, que é o software que o usuário instala no seu computador. Para ingressar no Second Life basta fazer o cadastro no site www.secondlifebrasil.com.br. Com a assinatura básica, você já pode nascer no metaverso, aprender a lidar com seu avatar (você dentro do Second Life), definir o seu perfil físico, escolher a maneira como quer se vestir e navegar pelos inúmeros lugares oferecidos aos visitantes. Já quem optar pela assinatura Premium (R$ 19,90 mensais) poderá ter um terreno, construir sua casa, ou seu próprio negócio dentro do Second Life Brasil. O assinante Premium recebe bônus de 1000 Linden dólares no pagamento da primeira mensalidade e 300 Linden dólares por semana. Ele pode participar de leilões dentro do Second Life Brasil e conta com suporte técnico 24 horas por dia, durante os 7 dias da semana.

RIO MÍDIA - Quantas pessoas já estão cadastradas? Há dados estatísticos por sexo, idade, país?
Emiliano de Castro - O Second Life pode ser acessado por qualquer pessoa do mundo, desde que maior de 18 anos. Hoje existem mais de 7,8 milhões de usuários cadastrados, desses 400 mil são brasileiros.

RIO MÍDIA - Qual é o perfil do usuário brasileiro?
Emiliano de Castro - Existem iniciativas em andamento para fazer um mapeamendo do perfil do usuário brasileiro. De forma geral, os usuários masculinos somam 57%. E a média de idade dos usuários brasileiros é de 26 anos.

RIO MÍDIA - Uma dúvida: o Second Life Brasil dá acesso ao Second Life Global?
Emiliano de Castro - O Second Life Brasil é a porta de entrada para os brasileiros no metaverso. Você tem todas as informações que precisa em português e pode realizar todas as transações comerciais em reais. Através dele você tem acesso a todo o metaverso, assim como quem entra através do client em inglês tem acesso às ilhas brasileiras.

RIO MÍDIA - Qual é o público-alvo ?
Emiliano de Castro - Qualquer pessoa acima de 18 anos.

RIO MÍDIA - A máxima do Second Life é: Imagine um mundo onde você pode ser o que quiser, fazer o que desejar e transformar-se naquilo que sempre sonhou. Existem regras neste mundo? Existe algum código de ética, do que é permitido, do que é condenável?
Emiliano de Castro - Os usuários devem respeitar um código de conduta da comunidade, descrito nos Termos de Uso do Second Life. Podem oferecer denúncia quando sentirem sua privacidade invadida. Os usuários também estão sujeitos à legislação do mundo real. Além, é claro, das regras que naturalmente emergem à medida que crescem as sociedades no mundo virtual.

RIO MÍDIA - Por que o Second Life vem atraindo tantas pessoas e empresas?
Emiliano de Castro - O Second Life encontrou uma mistura simbiótica entre conteúdo criado pelo usuário, economia virtual e redes de relacionamento. Essa combinação explosiva junta uma série de tendências que já vinha se desenvolvendo há algum tempo. Por isso mesmo, encontra boa aceitação da comunidade. As empresas, é claro, se interessaram por este novo canal para se comunicar com seus consumidores.

RIO MÍDIA - De que forma o Second Life pode contribuir para o ensino?
Emiliano de Castro - Ensino e pesquisa ganham uma forte contribuição com o Second Life. O próprio conceito de Ensino à Distância ganha um significado diferente, se considerarmos o nível de interação permitido entre os residentes (envolvendo inclusive comunicação não-verbal). Várias universidades já têm cursos dentro do Second Life, e desenvolvem pesquisas utilizando o metaverso como um tubo de ensaio.

RIO MÍDIA - Está bem claro no site do Second Life do Brasil que o acesso é proibido para menores de 18 anos. Por que existe esta proibição?
Emiliano de Castro - Existe um grid do Second Life separado para adolescentes de 13 a 17 anos.

RIO MÍDIA - Vocês têm conhecimento de que crianças e jovens acessam o Second Life Brasil?
Emiliano de Castro - Os mecanismos de controle da internet são relativamente frágeis nesse sentido. Em última instância, o controle deve ser exercido pelos pais ou responsáveis.

RIO MÍDIA - Você acha que o Second Life traz uma nova concepção de mundo?
Emiliano de Castro - Ele traz um universo de possibilidades. Um lugar onde a construção é coletiva acaba se tornando um ambiente de auto-expressão. Os residentes são encorajados a criar, a participar das atividades que acontecem lá dentro. E a interação é natural: ao compartilharem suas experiências, os residentes criam novos grupos sociais, onde a distância geográfica do mundo real não tem o menor significado.

Entrevista publicada no site RioMídia

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